Rio, 19 – O valor da produção primária florestal brasileira alcançou R$ 20,6 bilhões no ano de 2018, um crescimento de 8,0% em relação ao ano anterior, segundo o levantamento Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa o terceiro ano consecutivo de avanços, novamente impulsionado pela silvicultura, que teve aumento de 11,1% no valor de produção em 2018. Já o extrativismo vegetal recuou 2,7% em relação a 2017.
Como consequência, os produtos da silvicultura ampliaram sua participação no valor da produção primária florestal brasileira para 79,3%, enquanto a fatia do grupo de produtos do extrativismo vegetal encolheu para 20,7%.
Em todo País, a pesquisa identificou registro de produção primária florestal em 4.897 municípios, sendo que 3.488 deles tinham área florestal plantada.
A área de florestas plantadas totalizou 9,9 milhões de hectares, sendo 7,5 milhões de hectares destinados ao cultivo de eucalipto (76,2%) e outros 2,0 milhões de hectares (20,1%) ocupados por pinus. Os 368 mil hectares restantes (3,7%) eram ocupados por outras espécies.
A participação dos produtos madeireiros segue preponderante no segmento de extração vegetal e silvicultura, representando 90,2% do valor da produção florestal. O valor de produção do grupo de produtos madeireiros cresceu 8,5% em 2018 ante 2017, como consequência da alta de 11,1% daqueles originários de áreas plantadas, mas retração de 5,2% dos oriundos da extração vegetal.
“Com o maior controle na exploração de madeiras de espécies nativas, aliado ao incentivo à preservação destas florestas, o setor tem evidenciado nos últimos anos um movimento crescente na participação das espécies exóticas. Estas mostraram-se melhores adaptadas às condições locais, proporcionando maior produtividade, em substituição à atividade de extração madeireira”, apontou o IBGE, em nota.
Na silvicultura, o único produto madeireiro com queda na produção foi a lenha (-4,2%), que levou a uma redução de 4,6% no valor de produção. Por outro lado, houve um avanço de 18,9% na produção de carvão vegetal, utilizado para fins energéticos.
Na extração vegetal, os produtos madeireiros responderam por 62,1% do valor de produção, seguidos por produtos alimentícios (30,1%), ceras (4,8%) e oleaginosos (2,5%). Dentre os produtos extrativos não madeireiros, o destaque foi a produção de açaí, com crescimento de 2,5% no valor de produção.
No ano de 2018, houve um aumento de 1,3% nas áreas de florestas plantadas no País, 131,8 mil hectares a mais. Deste total, cerca de 110,8 mil hectares foram destinados à plantação de eucalipto.
A Região Sul concentra a maior área de florestas plantadas do País (35,2%), mas a ampliação ocorreu, principalmente, na Região Sudeste, com 96,6 mil hectares a mais em relação a 2017.