Veja quem são os paranaenses que votam a favor do aumento do fundo eleitoral
O Congresso Nacional aprovou, na quinta-feira (15), novo valor do fundo eleitoral. O que inicialmente estava previsto em R$ 2 bilhões, saltou para R$ 5,7 bilhões. O valor veio embutido na aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e causou espanto, porque é o triplo previsto para 2022. O valor é distribuído entre os partidos, de acordo como tamanho das bancadas. Legendas maiores levam mais dinheiro, que é gasto em campanha eleitoral com santinhos, bandeiras, viagens e divulgação online.
Nesta quinta-feira (15), deputados e senadores aprovaram esse aumento do fundo eleitoral. A única maneira do aumento não sair do papel é com veto do presidente da República. Se Jair Bolsonaro fizer isto, fundo volta a ter menos de R$ 3 bi, conforme previsto no texto original enviado pelo governo federal ao Congresso.
O tema dividiu a bancada federal paranaense na Câmara. Dos 30 deputados paranaenses, apenas nove foram contra a LDO e, consequente, ao aumento do fundão eleitoral. Seis deputados não votaram e um se absteve. Os outros 14, portanto a maioria, votou a favor. Confira quem são os deputados que votaram a favor:
Senadores
Diferente dos deputados, os três senadores paranaenses votaram contra o aumento e rejeitaram a LDO como um todo.
“Com esse aumento do fundo eleitoral, com essas medidas impositiva, votamos não, na esperança que a lei volte no começo de agosto e que a gente possa aprová-la sem esse defeito.”
senador Oriovisto Guimarães (Podemos)
“Mostramos nossa completa discordância pra dizer que não é possível. O Brasil não aguenta mais tanta desfaçatez.”
senador Rubens Bueno (Cidadania)
“A votação da LDO foi nominal. A votação do fundo foi simbólica. Na votação da LDO eu votei sim. Na votação do fundão eu votei não através da votação simbólica do PSL.”
senador Filipe Barros (PSL)
Destaque
O líder do partido Novo, Marcel Van Hatten (Novo-RS), tentou votar um destaque para retirar o aumento do texto. Mas não teve apoio suficiente para que votação fosse nominal, com cada parlamentar tendo que se expor. O processo acabou sendo simbólico e o destaque derrotado.
“Isso demonstra que o único partido que está tendo com a sua bancada o compromisso com o pagador de impostos desde o início é o Novo”, exclamou Van Hatten.
Com a repercussão negativa, diversos parlamentares usaram suas redes sociais para dizer que queriam apoiar o destaque. O argumento foi rebatido pelo vice-presidente da Câmara dos Deputados, que conduziu a votação. “Muito fácil depois da votação simbólica ir pra rede social dizer que votou contra e tentar transferir a responsabilidade“, disse Marcelo Ramos (PL – AM).
Para a ONG Contas Abertas, que fiscaliza o dinheiro público, o custo das eleições já é alto e deve ficar ainda mais caro depois desta manobra do Congresso Nacional.
“O que se espera é que o presidente da República vete o valor absurdo, embora isso não seja de todo muito certo. Porque parlamentares que apoiam o presidente da República votaram favoravelmente a LDO e, consequentemente, a esse valor do fundo eleitoral de 5,7, o que é uma aberração.”
Gil Castelo branco, presidente da ONG Contas Abertas.
Enquanto isso, as contas oficiais continuam no vermelho, com déficit de R$ 170 bilhões em 2022. Além disso, o texto da LDO não prevê aumento real do salário mínimo, apenas a compensação das perdas com a inflação.
Este orçamento de R$ 6 bilhões para o fundo eleitoral é muito maior, por exemplo, que orçamento de Londrina, a segunda maior cidade do Paraná, que está com orçamento previsto de R$ 2,3 bi para gastar com população em 2022. Curitiba prevê R$ 9 bilhões para o ano que vem.
“Verdade é que o povo brasileiro sofreu um golpe”
Marc Sousa, colunista político do portal RIC Mais, classifica a atitude dos deputados como vergonhosa, já que os deputados deixaram de priorizar recursos da saúde, auxílio emergencial e incentivos a empresários que quebraram na crise, por exemplo, para beneficiar a própria classe política.
Ele compara que, com este valor de R$ 6 bilhões do fundo eleitoral, é possível imunizar toda a população brasileira, com as duas doses da vacina contra a Covid-19, por três anos.
Assista na íntegra o comentário de Marc Sousa e abra o olho: