Economia familiar: venda informal cresce na quarentena e ajuda donas de casa na renda
O Brasil já registra mais de 9 milhões de casos de desemprego por conta da pandemia. Diante de tantas pessoas sem trabalho fixo, o chamado plano B tem sido a principal alternativa de renda para muitas pessoas, inclusive donas de casa. A revenda de produtos, por exemplo, que antes era responsável por uma renda extra, acabou se tornando a principal fonte de renda de muitas famílias.
Foi o caso das revendedoras da empresa curitibana de calçados em neoprene, uFrog, que neste período de quarentena conseguiram fazer um bom dinheiro extra com vendas feitas por Whatsapp e redes sociais. Segundo a marca, esse canal de vendas superou as expectativas e as metas do período.
“As vendas efetuadas pelas nossas revendedoras registraram aumento de 40%. No último ano este está sendo o segundo melhor mês com grandes resultados. Por conta da quarentena, as revendedoras têm conseguido ter mais tempo para se dedicar às vendas. Também observamos o aumento no número de mulheres querendo ser revendedoras. Hoje são 150 revendedoras, tivemos um crescimento no canal de revenda em 25% no último mês”, conta Daiane Lara, responsável pelo canal de revendas da uFrog
Com o fechamento do comércio, a empresa encontrou nas revendas e no e-commerce, alternativas para seguir no mercado.
“Desde o final do ano passado estamos otimizando o nosso e-commerce, mas era para ser um outlet. Com a quarentena, vimos o site explodir de vender, até metade de abril já havíamos batido a nossa meta do mês. Neste período de quarentena já tivemos um aumento de 60% das vendas online”, explica Joyce Machado, responsável pelo marketing da uFrog
O crescimento da empresa superou até a média de crescimento de vendas online do país, que segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico registrou um aumento geral de 40%.
Quarentena e a oportunidade de empreender
A Denise Bernardes de Castro já começou o trabalho com a uFrog tendo sucesso nas vendas. Em um momento que ela estava com o foco nos estudos para prestar concurso público, a Denise resolveu procurar um trabalho em que ela conseguisse ajudar o marido com os gastos de casa.
Ela fechou parceria com a marca em março, poucos dias antes de ser determinado o isolamento social, e apesar de ter começado as vendas em um período de crise geral no país, a quarentena abriu portas para a revendedora.
O sucesso de vendas na região onde ela mora, em Goiânia, foi tão grande, que Denise já investiu em sacolinhas personalizadas, em aromas para deixar o produto perfumado, e já até pensa em empreender.
Ela conta que se tudo continuar indo bem, a meta é investir na marca. “Eu penso em algo grande. Penso em abrir um quiosque no shopping daqui de Goiânia e quero representar a marca em feiras de gestante”. Denise se mostra confiante com a alternativa que arranjou durante a quarentena.