Vídeo mostra pai agredindo filha no meio da rua em Colombo; entenda!

O homem foi filmado enquanto agredia a própria filha. (Foto: Reprodução)

O caso é investigado pela polícia e uma medida protetiva foi requisitada à Justiça; a ex-mulher alega que também apanhava do homem

Um vídeo gravado por uma câmera de celular está causando polêmica depois um homem  foi flagrado agredindo a própria filha no meio da rua em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. No entanto, essa agressão é apenas uma parte de uma história que envolve um homem violento e uma família que prefere estar longe dele. (Veja imagens baixo)

Pai bate na filha no meio da rua

Segundo a versão da jovem, a surra foi motivada por uma fofoca familiar.“Minhas primas ‘tinha’ pegado e ‘tinha’ fazido fofoca. Que eu ‘tava’ pegando e ‘tava’ ficando com um pia, que daí, que eu ‘tava’ pegando e xingando elas no Facebook, só que eu não estava fazendo nada disso”, contou.

Ainda conforme a garota, no dia das agressões, o pai falou que iria conversar com ela, mas quando chegou ao local combinado, foi surpreendida pela surra. “Que era pra eu descer que ele ia conversar comigo, mas eu sabia que ia acontecer alguma coisa. Aí, eu peguei meu celular e ‘di’ pro meu primo e falei para ele me esperar. Aí, ele [o pai] começou me bater, sem eu fazer nada”.

Homem violento

“Ele é muito violento. Tipo, a gente não pode falar nada para ele, que ele quer pegar e bater na gente, sem a gente fazer nada”, disse a menina. Toda essa agressividade é confirmada pela ex-mulher que contou ao Balanço Geral Curitiba |Record PR que apanhava do marido mesmo grávida. “Quando eu engravidei do meu primeiro filho que ele já começou a bater. Ele chegava drogado em casa, me jogava na janela, jogava colchão no chão e botava fogo em tudo. A nossa casa era de madeira, ele botava fogo na casa. Ele subia em cima da minha barriga e me dava só na cara. Me arrebentava”, explicou Cerli Claudina dos Santos.

A mulher também lembra que era comum ver o marido fumando pedras de crack dentro de casa e que ela só conseguiu sair do pesadelo que vivia diariamente com a ajuda da mãe. “Minha mãe foi passear lá, e minha mãe falou assim: ‘Vamos falar que você vai na casa do seu tio, que faz muito tempo que você não vai. Aí, você vai embora.’. Aí, eu peguei, fui com minha mãe e nunca mais voltei. Vai para 14 anos que não vejo mais ele”.

No entanto, mesmo separada há tanto tempo, Cerli ainda sofre agressões verbais quando precisa falar com o ex por telefone por causa dos filhos. “Mesmo pelo telefone, se eu converso com ele, ele fala ‘sua vagabunda’, sabe? Xinga, fala de tudo. Então, é uma pessoa que não tem condições de você ter uma convivência, um diálogo”.  

Filha adolescente quis conhecer o pai

A filha cresceu sem contato com o homem e, por fim, quis conhecer o pai. “Eu avisei, é um cara trabalhador, só que ele usa droga, ele é estúpido. Você pode ficar lá, dois, três dias, tá bom, mas depois, ele vai te agredir e não adianta você chegar chorando aqui. E foi o que ele fez”, contou a mãe.

Assim como a mulher previu, as agressões começaram. Inclusive, em uma das vezes em que bateu na filha, o pai chegou a pedir que um primo dele gravasse a cena por prazer. “Ele falou para o meu primo gravar, só que aí meu primo falou que não. Falou para ele parar de bater ‘ni’ mim, só que ele não parava. Ele queria que meu primo gravasse ele batendo ‘nin’ mim pra enviar para os outros”. Cerli lembra que nessa ocasião, a menina apanhou sem nenhum motivo e foi o irmão dela que contou o que havia acontecido. “Meu piá chegou em casa e falou assim: ‘Mãe, o pai bateu na M. e queria que o Julinho filmasse, mas o Julinho tem dó e não quis filmar”.

Eu me arrependi de conhecer meu pai. Não deveria ter conhecido ele. Minha mãe falava o jeito que ele era, mas eu nunca dei ouvidos”, finalizou a menina.

O vídeo da adolescente apanhando foi gravado por uma prima, para ser usado com motivo de piada, mas acabou servindo para que a família fosse até a delegacia e fizesse um boletim de ocorrência. “Quando eu vi aquela barbaridade, eu falei não vou deixar quieto, não vou deixar acontecer”, disse a mãe.

Outro lado

Edemilson Martins, o pai que aparece no vídeo agredindo a filha, também conversou com a RICTV Curitiba | Record PR e admitiu que perdeu a cabeça. “Ela me agrediu com as palavras, só faltou me pular. Daí, eu fiquei nervoso e ‘di’ uns tapas nela. ‘Di’ uns tapa bem dado na bunda dela, uns puxão de orelha. Na hora do nervosismo, pode até ser que eu tenha me passado demais, um pouco, mas no direito de pai, o que eu fiz. Pode ser que eu abusei um pouco, tudo, mas fazer o quê? Na hora da raiva é assim mesmo. Eu sou cabeça quente. A pessoa com cabeça quente com raiva faz mesmo, depois se arrepende, mas aí pode ser tarde”.

Ele nega que tenha batido outras vezes na filha e nega também que era violento com a ex-mulher. “Eu nunca encostei um dedo. Eu nunca fui incomodar a família dela, a mãe dela, o padrasto dela. Esse pecado eu não devo”, afirmou.  

A Polícia Civil investiga o caso e uma medida protetiva foi requisitada à Justiça. A promotora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente (CAOP) explicou que a lei não reconhece mais a utilização da violência para educação. “Esse pai pode ser responsabilizado, e deverá ser responsabilizado, tanto criminalmente pelos maus-tratos causados a menina quanto também sobre o ponto de vista de acompanhando por programas específicos para que ele seja capacitado ao exercício de suas funções parentais sem utilização de violência”, declarou. 

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Assista à reportagem completa:

Nas imagens é possível ver a adolescente chorando enquanto o pai bate nela aos berros.

13 fev 2019, às 00h00.
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