2º episódio da série sobre suicídio do CA Londrina fala sobre vício em drogas e canais de ajuda
O segundo episódio da série sobre suicídio do Cidade Alerta Londrina, no norte do Paraná, exibido nesta terça-feira (26), conta a história de um jovem, hoje com 27 anos e que preferiu não se identificar, que começou a consumir álcool e drogas ainda na adolescência.
“Já fiquei uma semana deitado na cama, assistindo TV, dormindo. Uma semana, um mês sem fazer nada, sem vontade de sair, conversar com os amigos e colegas.”
conta o jovem.
Em entrevista à RICtv, o homem disse que o consumo começou de forma esporádica e logo se tornou um hábito. Junto da dependência química, vieram os pensamentos negativos sobre a própria existência.
“Minha mãe e meu pai separaram e meus pais sempre foram trabalhar e eu sempre fiquei sozinho em casa. Só que eles não deixavam eu sair na rua, ficava em casa meio sozinho, assistindo TV, mexendo no computador. Meus pais nunca foram de deixar eu sair muito com os meus amigos e brincar na rua. Aí, quando eles iam trabalhar, eu saia para a rua escondido para brincar. Foi onde eu conheci as drogas e tive curiosidade de experimentar aquele mundo porque o mundo que eu estava vivendo só não estava mais sendo feliz.”
relembra o jovem.
Há cerca de três anos, o jovem entrou em contato com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas. Foi a ajuda e o acompanhamento que recebeu na instituição que mudaram sua vida.
“Melhorou quase 99% porque é outra coisa. Tô me sentindo mais leve, mais solto, mais feliz, com a auto estima lá em cima, mais capacitado, mais tudo.”
celebra o jovem.
Canais de ajuda
Londrina conta, além do CAPS Álcool e Drogas, com outros dois centros: para o público infantil e para transtornos mentais, além de um Pronto Atendimento com leitos de internação.
“A maioria é encaminhada já da Unidade Básica de Saúde, onde no próprio território é identificada essa necessidade de um acompanhamento especializado. Entretanto, nós temos, também, a possibilidade dessa procura pelo serviço de forma direta, mas aí não propriamente para o próprio atendimento, mas sim para que ela seja classificada e aí entre em uma fila para ser convocada para o atendimento.”
destaca o secretário municipal de Saúde, Felipe Machado.
Conforme apurado pela equipe da RICtv, nos quatro últimos meses de 2021, os CAPS atenderam mais de 15 mil pessoas.
“Após a pandemia do Covid-19, nós vamos ter uma pandemia da saúde mental. As pessoas, infelizmente, tiveram que se acostumar com uma nova maneira de viver e isso abalou psicológico de muita gente e o reflexo a gente consegue perceber na prática. Em 2022, já pensando nisso, nós estamos reestruturando os serviços de saúde mental através de um plano municipal e também voltado a uma área que é de extrema relevância, e, às vezes, a gente acaba deixando de dar essa importância, que é a prevenção.”
comenta Machado.
Outra iniciativa que busca acolher aqueles que estão com pensamentos negativos quanto a própria vida é o Centro de Valorização da Vida (CVV). A entidade sem fins lucrativos funciona através do telefone 188 em todo o país, para oferecer apoio emocional e prevenção ao suicídio. Só em Londrina, são 35 voluntários que se revezam para atender pessoas de todo o Brasil, durante 24 horas por dia.