Crise do novo coronavírus faz 7 mil alunos do Paraná trocarem escolas particulares por públicas

por Gabriel Azevedo
com informações da AEN e reportagem RIC Record TV, Curitiba
Publicado em 19 maio 2020, às 00h00.

A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte do Paraná está preocupada com saída de alunos de escolas particulares por causa da crise do novo coronavírus. Com crise financeira, algumas famílias retiraram os filhos das escolas particulares, sem matricular em outro estabelecimento, deixando-os sem ensino.

Para acolher estas famílias, a Secretaria da Educação reforçou o trabalho nos núcleos regionais, que estão divulgando uma nova ferramenta online para ajudar as famílias que desejam transferir os alunos para o ensino público.

Desde o início da pandemia, cerca de 7 mil alunos migraram do ensino privado para o público, de acordo com levantamento da Secretaria. No entanto, alguns pais têm dificuldade em fazer as matrículas dos alunos porque as escolas estão funcionando em tempos diferentes, durante o período de pandemia.

Para facilitar o acesso, foi criada uma ferramenta online que permite antecipar os processos de matrículas.

De acordo com a diretora de Planejamento e Gestão Escolar, Adriana Kampa, a intenção é tornar mais prático o sistema de matrículas sem a necessidade do pai ou responsável se dirigir fisicamente à escola.

“Para administrar melhor essa demanda, produzimos páginas de acesso por núcleos regionais para otimizar esse atendimento, mantendo as orientações de saúde e isolamento social”, diz Adriana.

30 mil alunos

Com a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, muitas famílias estão encontrando dificuldades para manter as mensalidades em dia. Nas últimas semanas, cerca de 30 mil estudantes deixaram o ensino particular no Paraná. A inadimplência em relação as mensalidades gira em torno de 40%. O Paraná tem cerca 2.300 instituições de ensino privadas.

Um levantamento do Ministério Público do Paraná (MPPR) mostra ainda que o destino da maioria são às escolas públicas. Muitos pais disseram que não conseguiram sequer contato com o setor financeiro das instituições.

A principal reclamação das famílias é o peso de manter as mensalidades em dia.