Anvisa recomenda passaporte da vacina para turistas, mas governo mostra resistência
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta quinta-feira (25) que recomendou ao governo federal de que seja exigida a vacinação completa de estrangeiros para entrada no Brasil. Entretanto, a sugestão enviada à Casa Civil há cerca de duas semanas ainda não foi adotada.
De acordo com a recomendação da Anvisa, a ideia é fazer com que viajantes que cheguem por via aérea provem estar com a vacinação completa, e realizem um teste PCR ou de antígenos na chegada ao país. Aqueles que não tiveram tomado a segunda dose da vacina, devem ficar em quarentena, fazer um teste depois de cinco dias e permanecer isolados até o resultado negativo. Já para a entrada pelas fronteiras terrestres – que continuam fechadas – a recomendação da agência é que pessoas não vacinadas não sejam autorizadas a entrar no país, com exceção de motoristas de transporte de cargas.
A dispensa da confirmação de vacinação poderia acontecer, segundo a agência, nos casos de país com alta cobertura vacinal e imunidade coletiva. As recomendações da Anvisa são baseadas na análise de medidas adotadas pelas agências de fiscalização de diversos países e regiões, incluindo Estados Unidos e União Europeia, mas não são obrigatórias. Cabe à Casa Civil tomar uma decisão, o que ainda não foi feito.
As notas foram enviadas no dia 12 de novembro, mas até agora não houve mudança nas medidas de fronteiras. O governo brasileiro não exige passaporte vacinal, mas também não abriu as fronteiras terrestres.
Opinião de Bolsonaro
Em entrevista na quarta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro reclamou das fronteiras fechadas e disse que conversou com o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, mas ressaltou que não mandava nas decisões da agência.
“Da minha parte – eu não decido, não mando na Anvisa, Anvisa é independente – eu não manteria fronteira fechada. Tem a questão da economia, no turismo, um montão de coisa”, afirma o presidente.
Bolsonaro se opõe a exigência de comprovante de vacinação em qualquer situação.