Bolsonaro critica Anvisa por medidas que restringem entrada de viajantes no Brasil
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta terça-feira (7) a posição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que propõe a adoção de um passaporte da vacina para tentar controlar a entrada de novas variantes da Covid-19 no país, e disse que é necessário enfrentar o vírus.
“A Anvisa quer fechar o espaço aéreo do país agora. De novo isso, porra”, disse Bolsonaro em evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A Anvisa propôs há cerca de um mês que o país adotasse a exigência de vacinação para entrada de viajantes, mas o governo ainda não decidiu sobre o assunto porque Bolsonaro não quer que a medida seja adotada. Ele próprio garante que ainda não tomou a vacina contra Covid-19.
Uma reunião estava marcada para segunda-feira (6) para discutir o tema, mas foi cancelada depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) deu 48 horas para o Executivo explicar o porquê do passaporte vacinal ainda não ter sido adotado.
Na semana passada, o governo adotou a restrição de entrada de passageiros vindos de seis países do sul da África, onde foi identificada a nova variante Ômicron, por sugestão da Anvisa. A agência sugeriu a inclusão de novos países na lista, mas não que o espaço aéreo do país fosse fechado.
Bolsonaro ainda voltou a criticar as vacinas contra a Covid-19, dizendo que vacinados podem se contaminar, transmitir e morrer – o que de fato pode acontecer, mas em proporções infinitamente menores do que entre não vacinados -, ao mesmo tempo que minimizou a nova variante.
Segundo o presidente, existem “milhares de vírus” e é preciso enfrentar a pandemia, que disse estar no fim.
Por Lisandra Paraguassu