Com falta de soro, Santa Casa de Paranavaí pode suspender atendimentos

Publicado em 22 jun 2022, às 10h31.

A Santa Casa de Paranavaí, um dos principais hospitais do noroeste do Paraná, pode suspender atendimentos eletivos a partir dos próximos dias. A medida poderá ser adotada por conta da falta de insumos, sobretudo de soro fisiológico.

Segundo o presidente da Santa Casa, Renato Augusto Platz Guimarães, os preços praticados pelas revendedoras aumentaram consideravelmente. Além dos altos valores, tem sido difícil encontrar o produto em estoque. “Não se encontra mais soro e, quanto encontra, o preço está de 400% a 500% mais caro. É um absurdo”, afirma.

A Santa Casa de Paranavaí afirma que utiliza mais de 4 mil litros de soro fisiológico por mês. Segundo o hospital, até fevereiro, um litro deste soro custava R$ 4. Atualmente, o valor gira em torno de R$ 18 a R$ 20.

Recentemente, o hospital afirma ter adquirido R$ 40 mil em soro, pago antecipadamente, mas que ainda não há previsão de entrega. Por conta da falta do insumo, a Santa Casa entrou em uma fila composta por outras unidades de saúde e que a entrega pode demorar entre 30 e 60 dias.

Além do soro fisiológico, o hospital utiliza mensalmente cerca de 180 litros de soro glicofisiológico, soro glicosado, solução de Ringer com lactato e solução de Manitol. Todos estes materiais também estão em falta nas distribuidoras e com preços bem acima do praticado meses atrás.

Ofício

Por conta das dificuldades em encontrar estes produtos, na semana passada, o presidente da Santa Casa encaminhou um ofício ao Ministério Público, Poder Judiciário e à 14ª Regional de Saúde informando estes órgãos do problema. “Estamos diante de uma nova crise, que afeta todo o país, com o desabastecimento de medicamentos e, principalmente, quanto ao fornecimento de soro (todos os tipos: fisiológico, glicosados, ringers etc)”.

No documento a Santa Casa alerta que não está conseguindo repor os estoques. Se a falta de soro persistir, a Santa Casa não descarta a possibilidade de suspensão de procedimentos eletivos. “Em muito breve, talvez, não tenhamos este insumo para tratar os nossos pacientes”, diz o ofício.

O documento aponta ainda que, para evitar um colapso por conta da falta do soro, a direção do hospital está orientando a utilização do insumo com racionalização, “em volume adequados e essenciais no tratamento dos pacientes”.

“É uma situação muito delicada que estamos tendo que lidar. É o desiquilíbrio financeiro, os insumos desaparecendo ou com os preços muito altos. Precisamos da ajuda de todos para sairmos desta situação”, diz Guimarães.