Conheça a história de Edson, doador de sangue há mais de 30 anos

por Bruna Melo
com informações de Lais Cardoso, da RICtv
Publicado em 14 jun 2022, às 11h54.

Edson Holtz, de 59 anos, é um dos doadores mais antigos do Hemocentro da Hospital Universitário (HU) de Londrina, no norte do Paraná. O historiador vai o banco de sangue quatro vezes por ano. Sua primeira doação foi na década de 1980, quando chegou na cidade para estudar na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

A atitude foi tomada após ler cartazes de incentivo à doação no próprio HU, onde trabalhava na parte administrativa. Ao ser transferido para o Campus, no Centro de Ciências Humanas (CCH), ele continuou com o gesto.

Depois de tantos anos de doações e salvar milhares de pessoas sem nem conhecê-las, Edson teve uma experiência de “quase morte”, como ele mesmo classifica. Duas semanas antes de receber a vacina contra a Covid-19, ele foi infectado pelo novo coronavírus.

Edson passou 50 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HU, sendo 22 desses dias entubado. O historiador teve um quadro de anemia profunda e precisou de diversas transfusões.

“Eu nunca havia pensado, cogitado, imaginado que um dia eu fosse precisar de sangue. Eu pude sentir na própria pele aquilo que muitas pessoas sentem quando a gente doa o sangue também”,

conta Edson Holtz.

Um ano depois de receber alta, ele voltou às poltronas de doação, sem deixar de lado o compromisso pessoal. O retorno foi marcado por emoção, tanto de Edson quanto da equipe do HU, que conhecia sua trajetória.

Primeira doação após a Covid-19. (Foto: Arquivo pessoal)

“O deslocamento até aqui [HU], a doação e a volta para casa, você gasta no máximo uma hora e meia, duas horas. O que são duas horas? Se são quatro doações, o que são oito horas no total do ano todo?”,

Edson questiona.

Edson ressalta que, além de salvar vidas, você também passa por exames e é notificado caso tenha alguma alteração de saúde. A próxima doação dele já está agendada para agosto de 2022.

A história faz parte da série de reportagens sobre a campanha “Doe sangue, dê esperança”, da RICtv Londrina. A ação iniciou no dia 1º de junho e é concluída nesta terça-feira (14), Dia Mundial do Doador de Sangue.

Quem pode doar?

Estão aptos para doação de sangue pessoas entre 16 e 69 anos com mais de 50kg. Menores de idade precisam de autorização de responsáveis. Maiores de 69 só podem doar se já tiverem feito antes dos 60.

No dia, é necessário estar alimentado e ter dormido ao menos seis horas.

Homens podem doar quatro vezes por ano, de dois em dois meses, e mulheres três vezes, de três em três meses.

Quem não pode doar?

Pessoas que apresentam os quadros a seguir devem aguardar as doações:

  • Quem teve gripe, resfriado e febre precisa aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;
  • Pacientes que tiveram Covid-19 aguardam 10 dias;
  • Não pode durante período gestacional;
  • No pós-gravidez, é necessário esperar 90 dias em caso de parto normal e 180 dias para cesariana;
  • Aguardar 12 meses após o parto se estiver amamentando;
  • Não é permitido doar caso tenha ingerido bebida alcóolica nas 12 horas que antecedem a doação;
  • Esperar um ano para quem fez tatuagem e/ou piercing;
  • Aguardar 3 dias após extração dentária;
  • Pacientes que tiveram apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes, esperam 3 meses;
  • São 6 meses sem doação, pessoas que passaram por colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia;
  • Quem fez transfusão de sangue em 1 ano;
  • O tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina que tomou, deve ser verificado;
  • Esperar 6 meses se tiver passado por exames/procedimentos com utilização de endoscópio;
  • Aguardar 1 ano caso tenha sido exposto a situações com possibilidade de infecções sexualmente transmissíveis.