Quarentena coronavírus: isolamento pode aumentar consumo de água e energia

por Renata Nicolli Nasrala
com informações da Agência Brasil
Publicado em 2 maio 2020, às 00h00.

O isolamento social usado para conter o coronavírus tende a aumentar o consumo de água e energia nas casas de todo o Brasil. Conforme especialistas, os números sobre o aumento ainda não são oficiais, mas a estimativa é que dependendo do comportamento dos indivíduos o valor aumente entre 10% e 20%.

Coronavírus: isolamento tende aumentar consumo de água e energia e especialistas afirmam que é preciso mudar os hábitos

Com o grande aprendizado que o mundo enfrenta em época de pandemia, especialistas acreditam que vai haver uma mudança nos hábitos para um consumo mais consciente, racional e econômico, o que possibilita, inclusive, a redução dos valores a serem pagos por esses serviços.

Conforme Octávio Brasil, da CAS Tecnologia, esse momento será de  grande aprendizado para quando tudo passar.

“Uma nova consciência de consumo e de comportamento permanecerá. Estaremos sempre muito mais atentos a novas possibilidades de hábitos e mais conscientes quanto ao uso racional e econômico dos recursos naturais”, explica.

Mudança no padrão de consumo

De acordo com Octávio Brasil, houve uma mudança no padrão de consumo, com forte redução de demanda no comércio e na indústria e crescimento do setor residencial.

“Normalmente nem todas as pessoas têm uma boa percepção de seu consumo de energia, água e gás. Elas sabem quanto pagam, mas raramente conhecem o motivo e como fazer para economizar. Nesse momento, com muita gente trabalhando em casa, surpresas podem ocorrer, pois é natural que o consumo seja alterado por causa do maior tempo de permanência nas residências”, disse.

Tarifa Branca

Octávio Brasil sugere, no caso da conta de energia, medidas que vão além do uso consciente para evitar o desperdício. “É possível, ao consumidor, avaliar se é vantagem aderir à Tarifa Branca, pois o custo da energia é mais barato nos horários fora de ponta”.

“COM A ADOÇÃO [DA TARIFA BRANCA], É POSSÍVEL TER UMA ECONOMIA NA CONTA DE ENERGIA DE ATÉ 17%”, ACRESCENTA.

Criada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Tarifa Branca começou a vigorar em janeiro de 2020 para todos consumidores de baixa tensão (em geral, residências e pequenos comércios).

Nela, o valor da tarifa de energia varia de acordo com o horário do seu consumo. Nos dias úteis, o preço pago pela energia é dividido em três faixas horárias de consumo.

No horário de ponta (17h30 às 20h30), a tarifa fica mais cara que a tarifa convencional. Na faixa intermediária (16h30 às 17h30, retornando das 20h30 às 21h30), o custo também é maior.

Já no horário fora de ponta (das 21h30 às 16h30 do dia seguinte), a tarifa para o consumidor é mais barata se comparada à cobrada no modelo tradicional. Sábados, domingos e feriados contam como tarifa fora de ponta nas 24 horas do dia.

Consumidores interessados em aderir a essa modalidade de tarifa precisam entrar em contato com a concessionária de energia de sua região. De acordo com a CAS Tecnologia, em um prazo de 30 dias será instalado um novo medidor na unidade consumidora.

A empresa, no entanto alerta que é preciso atenção. “Se a energia for utilizada durante o horário de ponta, a tarifa pode ficar até 83% mais cara”.

Conta de água

No caso da conta de água, especialmente nos condomínios, Octávio Brasil sugere a adoção de um sistema de medição individualizada, por ser mais justo porque o valor pago é correspondente ao consumo de cada residência, de forma a evitar que o custo do consumo excessivo de uma unidade acabe sendo arcado pelos demais condôminos.