Curitiba pode ser primeira cidade do Brasil a ter 'fábrica' de vacinas
O prefeito Rafael Greca declarou apoio ao projeto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresentado nesta terça-feira (19) por representantes da instituição, em reunião no Palácio 29 de Março. Assim, Curitiba pode ser a primeira cidade do Brasil a ter uma “fábrica” de vacinas de tecnologia de vetor viral e de medicamentos para tratamento de doenças autoimunes, como o câncer.
“Curitiba está de portas abertas para este projeto. É um momento relevante para a cidade, que agora começa a caminhada para uma fábrica de vacinas, para o bem de Curitiba, do Paraná, do Brasil e da humanidade”,
destacou o prefeito.
A Fiocruz pretende investir R$ 100 milhões para a instalação de duas plantas da área de biotecnologia na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Segundo a Prefeitura, uma deve ser destinada ao desenvolvimento e produção de vacinas e insumos para terapias avançadas a partir de terapia gênica (que utiliza vetores, como moléculas de DNA do agente infeccioso para dentro da célula humana, para criar anticorpos).
A outra planta deve ser usada no desenvolvimento e produção de novos medicamentos para doenças autoimunes a partir de proteínas terapêuticas, em uma estrutura inédita no país.
A proposta, conforme a Prefeitura, faz parte dos projetos para tornar a cidade mais inteligente. A biotecnologia é um dos setores contemplados pelo Tecnoparque, programa municipal relançado por Greca em 2018 para atrair empresas de base tecnológica à cidade, com incentivo fiscal e integração ao Vale do Pinhão.
Além disso, lembrou o prefeito, o projeto da Fiocruz para a instalação das plantas na CIC contribui para que o bairro continue se transformando de região industrial para polo de empresas de desenvolvimento tecnológico.
Vanguarda biotecnológica
A Fiocruz é responsável pela produção de parte dos imunizantes da AztraZeneca contra a Covid-19 e busca ampliar a produção de insumos.
A sede da Fundação em Curitiba tornou-se a maior produtora nacional de testes para Covid-19. Durante a pandemia, foram produzidos dez milhões de testes do tipo RT-PCR e 37,5 milhões de teste de antígeno, em parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP). A sede fica junto ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), na CIC, local projetado para receber as novas instalações.
“O Brasil ainda não tem nenhuma fábrica que faça essa produção em biotecnologia. A pandemia mostrou que ter a produção local é fundamental para o país. Vamos trazer essas duas plantas, em um arranjo estratégico entre a Fiocruz, o Tecpar e a Prefeitura de Curitiba para colocar a cidade na vanguarda também nesse campo”,
disse o vice-presidente de Produção da Fiocruz-PR, Marcos Krieger.