Estudante do Paraná cria respirador de baixo custo para ajudar no combate a covid-19

por Renata Nicolli Nasrala
com informações da Agência Brasil
Publicado em 27 jul 2020, às 07h41.

Um estudante do Paraná criou um respirador de baixo custo utilizando apenas componentes nacionais. Robson Muniz, do curso de engenharia civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), desenvolveu o aparelho obedecendo a todos os requisitos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Estudante do Paraná cria respirador de apenas R$ 2,5 mil, preço bem inferior ao dos ventiladores mecânicos

Para o estudante do Paraná desenvolver o respirador foi usada uma bolsa de ressuscitação manual, um motor de vidro elétrico de carro, e peças mecânicas projetadas de modo que a máquina seja potente, mas leve.

“Na parte eletrônica que controla o motor, o respirador usa uma placa (de prototipagem eletrônica de código aberto) chamada Arduíno, que tem hardware (parte física de um computador) incorporado. Esse hardware serve para controlar a velocidade com que a bolsa vai ser pressionada, bem como o volume de ar que o paciente vai receber por minuto”, explicou Muniz .

O custo médio total do respirador feito pelo estudante do Paraná é de R$ 2,5 mil, bem inferior ao dos ventiladores mecânicos de preços mais acessíveis, como os adquiridos pelo Ministério da Saúde em abril deste ano, a US$ 13 mil cada, cerca de R$ 69,6 mil em valores atuais.

Além disso, conforme Muniz, seu trabalho tem sido desenvolvido desde maio, a agora apenas aguarda a certificação da Anvisa para que possa buscar um investidor interessado em produzir o respirador em grande escala.

“A ideia é fazer uma coisa bem acessível que possa servir em postos de saúde, hospitais, no atendimento a pessoas infectadas pela covid-19, desde a unidade de pronto-atendimento até a unidade de terapia intensiva”.

Até o momento, testes foram realizados nos dois hospitais da PUCPR, que são o Universitário Cajuru (HUC) e o Marcelino Champagnat.

Respirador pode ser montado rapidamente

Conforme o estudante, a intenção de sua produção é que o respirador possa ser produzido rapidamente.

Cada motor usado neste modelo é montado em menos de uma hora, por uma pessoa sozinha.

“Dá para montar centenas em um dia só”, destacou.

Entretanto, apesar de tantos benefícios, Muniz destacou que esse é um equipamento emergencial, liberado pela Anvisa para uso durante a pandemia.

“Depois da pandemia ele tem que ser recolhido. Ele é, justamente, para aliviar o sistema de saúde neste momento”, esclareceu.

O projeto tem que ser muito robusto porque fica ligado direto, no mínimo durante 15 dias. “Ele não pode dar defeito porque o paciente fica sedado e respira por meio dele”.

A máquina foi validada no Centro de Simulação da PUCPR, sob a supervisão da direção geral do Hospital Universitário Cajuru (HUC), localizado em Curitiba.

De acordo com Juliano Gasparetto, diretor geral do HUC, pelos testes executados “o aparelho já teria condições de ser utilizado para atender os pacientes infectados pelo novo coronavírus e até em cirurgias”. 

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