Falta de vaga em cemitério faz família manter corpo de idosa em casa

por Carol Machado
da equipe de estágio sob supervisão de Guilherme Becker
Publicado em 10 mar 2021, às 10h51.

A pandemia do novo coronavírus já circula há um ano pelo mundo. O número de mortes continua subindo. E em alguns locais os números são tão grandes que faltam lugares no cemitério.

Como foi o caso da família de Giusy La Mantia, ela perdeu a mãe para a doença no dia 19 de fevereiro e devido a falta de túmulos teve que manter o corpo da mãe por duas semanas dentro de casa. O motivo: não há locais de sepultamento na cidade de Palermo, na ilha italiana da Sicília.

Após o falecimento da mãe, a família notificou a agência funerária. Contudo, a família foi surpreendida ao saber que não havia jazigo para o enterro. Desse forma, a família foi orientada a manter o corpo em casa.

Giuzy, ficou 12 dias com o caixão em sua sala de estar com o corpo de sua mãe já em decomposição sem que a situação fosse resolvida.

“Pensamos que era apenas uma questão de um ou dois dias, no máximo. Só o tempo suficiente para organizar o enterro. Mas os dias se passaram e ninguém apareceu para pegar o caixão”

Disse Giusy ao The Sun.

Giuzy ainda lamentou a situação e disse que a família tentou buscar outras soluções mas sem sucesso.

“Minha família propôs várias soluções, como armazenamento em outros cemitérios. Mas fomos informados de que não era possível devido à situação de emergência com a Covid. Você nem mesmo pode morrer com dignidade.”

Completou.

Atualmente, centenas de caixões estão no depósito do cemitério de Palermo por causa da falta de túmulos durante meses, enquanto a pandemia atingia a ilha.

O prefeito de Palermo, Leoluca Orlando, para tentar contornar a situação aprovou recentemente uma nova medida para retirar caixões antigos e liberar espaço.

Os corpos enterrados há 25 anos ou mais serão exumados e os restos mortais serão colocados em um ossário ou cremados, de acordo com a vontade dos familiares.