Foco nos resultados e interação entre a equipe deve guiar o trabalho remoto
Foi necessário ocorrer uma pandemia e a obrigatoriedade de isolamento social para muitas pessoas perceberem que ter um trabalho vai muito além de oferecer seu conhecimento e mão-de-obra em troca de uma quantia financeira. Há aspectos sociais, a importância da interação, da troca de ideias e do direcionamento de um gestor que fazem muita diferença para quem está habituado a trabalhar em equipe.
Nos últimos dias, a quantidade de memes referentes aos profissionais em período de quarentena foi quase tão grande quanto a de notícias – reais ou não – sobre o coronavírus. Há desde aqueles que destacam o período como “férias forçadas” aos que se mostravam perdidos com o “tempo livre” dentro de casa.
Para os gestores de equipes que estão trabalhando remotamente, o desafio aumenta em uma situação como essa. Além da comunicação não ser tão frequente, crescem as chances de o colaborador perder o foco do trabalho, principalmente entre aqueles que nunca tinham adotado o modelo home office
A mentora de carreira Paula Boarin, da 4DH, explica que o papel do gestor é essencial nessa hora ao estimular que a rotina do grupo permaneça, só que à distância. Reuniões, projetos e outras demandas devem ser mantidas, adaptando-se às ferramentas necessárias para o trabalho remoto. “A única coisa que muda, talvez, seja o almoço do grupo”, comenta.
Paula dá algumas ideias de como estimular a interação ao longo do dia ou mesmo nos horários de folga: “Que tal propor um happy hour online na sexta? Um chat para o grupo se encontrar e trocar ideias? Ou que tal pedir para que cada membro do time prepare um conteúdo de 15 minutos para os demais a ser apresentado de modo online?”, exemplifica.
Para a mentora de carreira, é fundamental todos os integrantes da equipe estarem conectados entre si e com o resultado do trabalho. “Quem tem projeto, meta, não deve ter a produtividade reduzida porque tem entrega para fazer. Quem não tem isso com clareza, provavelmente sentirá a performance reduzir”, observa.
Como aprendizado, Paula enfatiza que a pandemia e o isolamento social evidenciaram a importância de o profissional ser fluente digital para encarar os desafios do mercado de trabalho hoje. “Não dá mais para ter ‘medo’ da internet, do trabalho remoto. É preciso trabalhar a autonomia das pessoas nas suas entregas”, salienta.