Erastinho: Brasil ganha primeiro hospital oncopediátrico da região sul
Inaugurado nesta terça-feira (1), o Hospital Erastinho, com sede em Curitiba (PR), passa a atender exclusivamente crianças e adolescentes com câncer. É o primeiro hospital deste atendimento na região sul do Brasil.
Depois de um ano e meio de obras e de uma série de campanhas de intenso engajamento da sociedade para a construção, a estrutura hospitalar possui 4.800 metros quadrados, um ambiente moderno e humanizado, com tratamento especializado e multiprofissional.
A capacidade anual da nova unidade será de até 17 mil consultas, 500 cirurgias e mais de 85 mil procedimentos. O complexo terá 43 leitos de internamento privativos e semiprivativos, recepção, lobby, atendimento ambulatorial, hospital-dia, centro cirúrgico e alas de internação (clínica, cirúrgica, TMO e UTI)
Crianças e adolescentes que hoje são atendidos na ala pediátrica do Hospital Erasto Gaertner passarão a ter, com a abertura, um espaço exclusivo, evitando totalmente o contato com pacientes adultos, que muitas vezes sofrem, como consequência do tratamento, alterações corporais de impacto negativo.
“Com certeza o Erastinho está vindo para contribuir, e muito, com a melhoria do atendimento e do tratamento de crianças e adolescentes no nosso estado e de todo o Brasil”
afirmou Mara Albonei Pianovski, diretora do Hospital Erastinho e atual chefe do Departamento de Pediatria do Hospital Erasto Gaertner.
Hospital Erastinho é fruto de mobilização
O Erastinho é resultado de muito afinco, mobilização e dedicação. O projeto foi lançado em 2015 e contou com o apoio massivo da sociedade civil e de parceria entre os diferentes poderes.
O projeto completo, e finalizado, custou R$ 30 milhões. Deste valor, R$ 22 milhões foram investidos na construção do Hospital através de um convênio firmado com o Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que destinou, ao todo, cerca de R$ 11 milhões. O restante do valor necessário para a conclusão da obra foi captado pelo Hospital Erasto Gaertner junto à sociedade civil através de eventos, projetos e doações espontâneas.
Para mobiliar e equipar o Hospital Erastinho, a participação do poder público novamente fez a diferença: foram R$ 8 milhões destinados pela Sesa, juntamente com a Assembléia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).
Erastinho inaugura já com selos internacionais de saúde e sustentabilidade
A cada intervenção, a obra do Erastinho respeitou os parâmetros internacionais de sustentabilidade e de promoção da saúde, dentro do conceito Green Hospital. O hospital desponta como a primeira instituição brasileira a conquistar, simultaneamente, as certificações LEED for Healthcare e WELL Building Certification.
São os selos que atestam o menor impacto ambiental nos serviços e a possibilidade de otimizar recursos na operação do edifício, visando a práticas sustentáveis.
As chancelas poderão alçar o Hospital Erastinho à condição de único do país a contar com a inédita dupla certificação internacional, um lastro de excelência no uso das edificações para a promoção da saúde e da redução de impacto no meio ambiente.
“Os padrões por trás do WELL foram o resultado de sete anos de pesquisa envolvendo cientistas, médicos e arquitetos”
pontua Ricardo Luiz Cansian, presidente da RAC Engenharia, empresa vencedora da licitação pública.
Projetado pela arquiteta Adriana Sarneli, o Erastinho teve como pilares do partido arquitetônico adotado, uma volumetria dinâmica e um paisagismo orgânico.
“Isso expressa o caráter lúdico do projeto e um espaço acolhedor, o que transforma a ida ao hospital em um momento associado ao alívio da ansiedade e da dor.”
explica a arquiteta Sarneli.
A diretora do Erastinho, Mara Pianovski, falou da expectativa com a inauguração que o local foi planejado para oferecer uma estrutura de conforto e cuidado atencioso aos pacientes.
“A partir do momento que se faz um diagnóstico de câncer, são muitas as variáveis que têm de ser contempladas. Não é simplesmente tirar sangue, fazer uma quimioterapia, dar um comprimido, fazer uma cirurgia. Existe uma desestruturação emocional e social. Então, um ambiente como este, do Erastinho, vai permitir que essas crianças encontrem conforto, tranquilidade e paz para enfrentar todos os desafios do tratamento. Uma estrutura como essa prima pelo amor à vida, para onde a gente olha, a gente vê sinal de alegria, de vida, de natureza. Obviamente, ser tratado em um ambiente como esse vai fazer com que o resultado seja melhor, as energias poderão ser canalizadas para o tratamento. E isso integra a família toda, todo o grupo de colaboradores, a equipe multiprofissional. É benefício para todo mundo”
concluiu Mara Albonei.