Imunidade coronavírus: veja o que a ciência já sabe

por Renata Nicolli Nasrala
com informações do R7
Publicado em 14 jul 2020, às 09h57. Atualizado às 11h48.

Muitas pessoas querem saber como funciona de fato a imunidade para o coronavírus. Dessa maneira, cientistas do King’s College, em Londres, estudaram como o corpo vem combatendo o vírus e o quanto os anticorpos duram após a recuperação total da doença.

Ao todo, 96 pessoas participarazm da pesquisa, e quase todas essas apresentaram anticorpos que poderiam neutralizar e parar o coronavírus. Entretanto, apesar desta boa descoberta, logo se viu que os níveis começaram a diminuir três meses após a pesquisa.

Imunidade coronavírus: proteção pode ter dias contados

A possibilidade da imunidade para o coronavírus – pra quem já pegou a doença – dure pouco coloca em risco o pensamento de que cidades que tiveram diminuição nos casos estejam permanentemente protegidas.

De acordo com os cientistas, o sitema imunológico é a defesa do corpo contra infecções, sendo ele então composto por duas partes.

  • A primeira está sempre pronta para agir quando dectectar um invasor no corpo, sendo conhecida como resposta imunológica natural, que libera substâncias químicas que causam inflamação e células brancas capazes de destruir as células infectadas
  • Imunidade adaptativa, que são as células que produzem anticorpos específicos que podem aderir ao vírus para neutralizá-lo e células T que podem atacar apenas as células infectadas com o vírus, ou seja, uma resposta celular.

Segundo os especialistas, a imunidade adaptativa, por exemplo, leva cerca de 10 dias para que o organismo comece a produzir os anticorpos que possam atacar o coronavírus. Dessa maneira, leva um certo tempo para que os pacientes desenvolmam uma resposta imunológica forte.

Se a imunidade adaptativa for forte o suficiente, isso permita uma memória duradoura da infecção, que então garantirá proteção no futuro.

Entretanto, não se sabe ainda se pessoas que têm apenas sintomas leves, ou que não apresentam sintoma nenhum, irão desenvolver uma resposta imune adaptativa suficiente.

Além disso, um estudo recente apontou que pessoas que testaram negativo para anticorpos contra o coronavírus ainda podem ter alguma imunidade. Para quem testou positivo para anticorpos, o estudo encontrou duas que tinham células T específicas que identificam e atacam as células infectadas.

Duração da imunidade para o coronavírus

De acordo com os especialistas, a memória do sistema imunológico é como a nossa: se lembra de algumas infecções, mas esquece de outras.

O novo coronavírus, o chamado Sars-CoV-2, não é conhecido suficientemente para se saber o quanto dura a imunidade contra ele, mas há outros seis coronavírus que atingem humanos e podem dar uma pista.

Quatro deles produzem os sintomas de uma gripe comum e a imunidade é curta, em que pacientes podem ser reinfectados em menos de um ano.

No caso dos dois outros vírus – os que causam Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) -, anticorpos foram detectados alguns anos depois.

“Baseado nos estudos de Sars é possível que a imunidade só dure cerca de um ou dois anos, embora ainda não se tenha certeza sobre isso”, afirmou Paul Hunter, um professor de medicina na University de East Anglia

Além disso, há relatos de pessoas que foram infectadas mais de uma vez pelo novo coronavírus. Entretanto, a ciência explica que a questão nestes casos foram os testes, já que os pacientes foram incorretamente informados de que estavam livres do vírus.

Outra questão é que só porque você pode estar protegido pelos seus anticorpos não significa que não possa ainda abrigar o vírus e o transmitir para outras pessoas.