Pequenas empresas: Internacionalização pode ser solução para a crise

por Carol Machado
da equipe de estágio RIC Mais, sob supervisão de Larissa Ilaídes
Publicado em 6 maio 2020, às 00h00.

Pensando nas empresas que tiveram o faturamento afetado pela crise gerada pela pandemia da Covid-19, professores e acadêmicos criaram o projeto “Internacionalizar é preciso”, para capacitar pequenas empresas a abrirem o processo de internacionalização.

A iniciativa é da da Universidade Positivo (UP) do curso de Comércio Exterior e faz parte da ação “Supera Covid-19”, realizada pela Escola de Negócios da UP, com diversos projetos que visam a colaborar com a comunidade.

Toda a consultoria é online e gratuita, conduzida pelos alunos do curso, supervisionados por professores das áreas de negócios internacionais, economia, logística e gestão de operações.

Os interessados devem se inscrever pelo link . As vagas são limitadas e a seleção dos participantes leva em consideração a situação das empresas.

“Pretendemos ajudar as empresas que nunca pensaram na possibilidade de internacionalizar, ou seja, exportar ou importar, seja porque não têm pessoal para levar adiante ou porque não visualizaram essa possibilidade ”, afirma o coordenador do projeto,  João Alfredo Lopes Nyegray.

De acordo com o Sebrae os donos de pequenas empresas que se adaptaram mais rapidamente ao momento de crise têm mais chances de se manter no mercado.

A pesquisa realizada pelo Sebrae, entre os dias 3 e 7 de abril, mostrou que, para além do amplo impacto negativo para quase 88% dos empresários, alguns segmentos, mesmo afetados pelo avanço do novo coronavírus, como o comércio varejista e o ramo de alimentos e bebidas, conseguiram equilibrar o fluxo de caixa e até registrar crescimento no faturamento.

O levantamento, que ouviu 6.080 empreendedores de todo o país, estima que 400 mil pequenos negócios tiveram aumento médio de 47% na receita.

Cenário

Segundo Nyegray, algumas áreas podem estar em alta para exportação, como a da saúde, por se tratar de uma necessidade urgente e imediata.

“Mas é possível perceber demanda por produtos brasileiros no exterior que não apenas as commodities, como soja e açúcar, mas itens de vestuário, cosméticos e produtos químicos”, revela.

De acordo com ele, a internacionalização nesse momento reduz a dependência das empresas de um só mercado.

“Com isso, as fontes de receita são diversificadas. Além disso, as empresas internacionalizadas têm mais sinergia com parceiros estrangeiros e, por entrarem em contato com consumidores de diferentes hábitos e costumes, tendem a inovar mais”, ressalta.

Nyegray pontua, no entanto, que internacionalizar é um processo que envolve treinar pessoas, buscar clientes e efetuar alterações societárias, por isso, é preciso estar disposto a dar esse passo.