Mais de 3,5 mil foram demitidos de restaurantes e bares no Paraná, estima associação

por Gabriel Azevedo
com informações da Jovem Pan
Publicado em 3 abr 2020, às 00h00.

Mais de 3,5 mil pessoas podem ter sido demitidas de bares e restaurantes no Paraná com a escalada do novo coronavírus no Brasil, de acordo com projeção da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas).

O presidente da associação, Fabio Aguayo, classificou como dramática a situação dos mais de 60 mil estabelecimentos do estado. “As demissões podem chegar até 8 mil até o dia do pagamento dos salários”, conta.

Nesta sexta-feira (3), Aguayo se reuniu com o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro, Meios de Hospedagem e Gastronomia de Curitiba (Sindehotéis), para buscar uma solução.

Para Aguayo, a MP 936/20, que autoriza a redução salarial e a suspensão de contratos de trabalho mediante acordo individual, é boa, mas chegou tarde. “Tem empresário que vai manter os empregos com a Medida Provisória, mas outros acham melhor demitir para evitar uma bola de neve. Ele não sabe como vai ser daqui seis meses”, explica.

Nesta semana, o presidente da Abrabar enviou uma carta ao governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e ao prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), solicitando apoio para o setor que, segundo Aguayo, compõe 52 atividades econômicas, gera 165 mil empregos e responde por 6% do PIB do Paraná.

600 mil empregos

No Brasil, a estimativa é que mais de 600 mil pessoas podem ter sido demitidas de bares e restaurantes de acordo com projeção da Associação Nacional de Bares e Restaurantes (ANR).

A entidade, que agrega 9.000 associados, entre grandes redes, franquias e restaurantes independentes, recebeu respostas de cerca de 70% dos integrantes de 27 de março a 1º de abril. Identificou que 61,8% dessas empresas já demitiram. Considerando trabalhadores formais e informais, o setor emprega 6 milhões no país.

A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) tem um número mais conservador sobre demissões e considera apenas o mercado formal. A estimativa era de que até a semana que vem o setor fosse demitir 350 mil pessoas. Com a medida provisória do governo, a projeção caiu para 150 mil, de acordo com Paulo Solmucci, presidente da entidade.