Ministério Público pede interdição de hospital em Umuarama: "risco à saúde dos pacientes"
O Ministério Público do Paraná (MPPR) requisitou ao secretário municipal de Saúde de Umuarama e à diretora da 12ª Regional de Saúde (RS) a interdição e/ou suspensão das atividades de um hospital da cidade. A determinação decorre de procedimento administrativo instaurado pela 4ª Promotoria de Justiça da comarca para apurar notícias de irregularidades no estabelecimento, que acabaram confirmadas.
O MPPR verificou que o Hospital Nossa Senhora Aparecida está há mais de seis meses em condições de funcionamento precárias, cancelando inclusive cirurgias eletivas previamente agendadas por falta de insumos. Relatório de inspeção realizada no hospital pela Vigilância Sanitária municipal constatou diversas irregularidades, concluindo pela necessidade de interdição do local.
O documento do MPPR aponta que o hospital “segue prestando seus serviços aos usuários de forma arriscada e deficitária, colocando em risco não só a saúde dos pacientes, mas também de seus próprios funcionários”. Entre as irregularidades encontradas está, por exemplo, o fato de a Central de Material Esterilizado não funcionar adequadamente, de modo que estariam sendo utilizados materiais sem a assepsia necessária.
A determinação do MPPR foi emitida nesta quarta-feira (18) e deu prazo de 48 horas para que as autoridades destinatárias comuniquem as providências adotadas. A reportagem entrou em contato com o hospital e aguarda posicionamento da instituição.
Em nota, o Hospital se manifestou sobre o caso:
O Instituto Nossa Senhora Aparecida comunicou na tarde desta sexta-feira (20) que, para cumprir requisitos da Vigilância Sanitária, terceirizou os serviços de lavandeira e esterilização, até que a adequação interna dos serviços esteja concluída.
A decisão foi tomada após inspeção da própria Vigilância, que pontuou todas adequações necessárias. A assistência aos pacientes internados prossegue normalmente e em poucos dias o serviços devem ser normalizados. Segundo a direção, o serviço vinha sendo realizado normalmente, com todo o material utilizado testado e livre de contaminantes. “O mais importante de tudo é a integridade dos pacientes, a segurança e a qualidade na prestação do serviço de assistência em saúde e isso nunca foi comprometido.”, destacou o diretor geral, Dr. Luiz Carlos Cortez Derenusson.
O médico enfatiza que eventuais faltas de medicamentos questionadas, se deu pela ausência dos insumos para aquisição no mercado e que, pontualmente, cada situação foi particularmente resolvida.
Já com contratos firmados, a instituição informou que os serviços de lavanderia hospitalar passaram a ser realizados pela Associação Beneficente de Saúde do Noroeste do Paraná – Norospar. Já a esterilização será realizada pela Central de Esterilização da Universidade Paranaense – Unipar.
A diretoria informou também que já está e execução os projetos para a readequação tanto da lavanderia quanto da esterilização.
“Esse é um trabalho que já havíamos iniciados e que agora vai ganhar ainda mais prioridade. Não estamos medindo esforços para cumprir todas as normas estabelecidas. A Pandemia mergulhou os hospitais em uma crise financeira muito profunda que, como a doença, deixou sequelas, como a falta de caixa para melhorias e adequações. Essa não é uma exclusividade do Nossa Senhora. Na verdade a saúde como um todo está precisando de um olhar mais sensível das nossas autoridades, não apenas de repressão”, comentou o Dr. Luiz Carlos.