Outdoors em defesa do tratamento precoce de Covid são retirados em Curitiba
A Prefeitura de Curitiba mandou retirar os 12 outdoors colocados pela cidade por uma frente de empresários que defendem o tratamento precoce da Covid-19. Apesar de ter sido financiado por um grupo de empresários curitibanos, os outdoors levavam a assinatura da Associação Médicos Pela Vida Covid-19, que também apoia o uso de determinados medicamentos no tratamento precoce e prevenção da Covid-19.
A Associação Médica do Brasil (AMB), que outrora já foi a favor de que os médicos fossem livres para prescrever o que entendem ser adequado para cada paciente, divulgou uma nota hoje condenando o tratemento precoce com os medicamentos hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina.
O Ministério Público emitiu parecer sobre o assunto, no qual citou o código de ética médica, que diz que é proibida a divulgação fora do meio científico de tratamento ou descoberta que ainda não tenha reconhecimento por órgão competente. O fato é que ainda não há pesquisas científicas que comprovem a eficácia destes medicamentos no tratamento e prevenção da doença em fase inicial ou avançada. No documento, os próprios fabricantes se manifestam que tais medicamentos não são aconselhados para tratamento da Covid.
Na nota da AMB, a associação ainda diz que fake news estão desorientando pacientes e que o Brasil concentra 25% das mortes pela doença no mundo. Por tudo isso, a AMB indica que vacinação, higienização das mãos, uso de máscaras e isolamento social são as únicas coisas indicadas no momento, como prevenção.
“Aos médicos, reafirmamos que o uso de corticoides e anticoagulantes devem ser reservados exclusivamente para pacientes hospitalizados e que precisem de oxigênio suplementar, não devendo ser prescritos na COVID leve, conforme diversas diretrizes científicas nacionais e internacionais. Aos pacientes com suspeita ou com COVID confirmada, alertamos que não se automediquem, em especial não utilizem corticoides (dexametasona, predinisona e outros); estes fármacos utilizados fora do período correto, especialmente no início dos sintomas, podem piorar a evolução da doença.”, diz a AMB em nota.
Médicos Pela Vida Covid-19
A Associação Médicos Pela Vida Covid-19, que endossou a colocação dos outdoors financiados por empresários, também se manifestou sobre a retirada da campanha na capital paranaense.
Repudiou a atitude, chamando-a de patrulhamento ideológico e perseguição. Reforçou ainda que, apesar de ainda não existirem estudos científicos concluídos sobre o o assunto, o grupo se baseia em 173 evidências médicas ao redor do mundo, que verificaram a melhora dos pacientes de Covid com o uso dos medicamentos.
A Associação também ressaltou que o próprio Conselho Federal de Medicina liberou, no ano passado, o parecer 4 / 2020, que dá ao médico a liberdade de prescrever o que ele entende melhor ao paciente.
Confira a nota na íntegra:
A Associação Médicos Pela Vida Covid-19 repudia veementemente a decisão da Prefeitura Municipal de Curitiba, que utilizou-se de subterfúgios para uma atitude antidemocrática de patrulhamento ideológico e perseguição a quem pensa diferente e age em defesa da saúde e da vida das pessoas – que, aliás, deveria ser o papel que governantes não cumpriram e abandonaram o seu povo à própria sorte.
A atitude do Poder Executivo fere os princípios da liberdade de informação neste duro momento da crise da Pandemia do Coronavírus no Brasil e no Mundo. Ou seja, priva o direito de setores da sociedade civil de informar e esclarecer os benefícios do Tratamento Precoce comprovados por estudos científicos.
Representantes da sociedade civil estão se organizando para dar conhecimento amplo, e não restrito, de que existem possibilidades de tratamento para aqueles cidadãos, em vulnerabilidade, que não conseguem, neste momento, receber a devida assistência pelo poder público e os órgãos competentes.
Os outdoors, alvo da polêmica, estão sendo colocados em várias cidades do país numa demonstração da clara adesão em função de resultados positivos vivenciados pela maior parte das pessoas que passaram por este processo de barreira medicamentosa.
Estranhamente, apenas Curitiba, de forma arbitrária, solicitou a retirada (sem nexo jurídico cabal algum) desses outdoors, negando, mais uma vez, o direito à informação, a assistência à saúde e a defesa da vida.
E, numa manobra jurídica, não permite a ampla defesa por parte da Associação Médicos Pela Vida Covid-19, tampouco dos representantes da sociedade civil.
Associação Médicos Pela Vida Covid-19
Empresários de Curitiba