Pesquisa indica que uso de máscaras deve ser mantido; modelo cirúrgico é mais eficaz

Publicado em 23 nov 2021, às 12h07.

Uma análise feita por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia (PPGO) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em parceria com pesquisadores da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), indica que o uso de máscaras deve ser mantido, especialmente em locais fechados.

O estudo também aponta que o uso de máscara cirúrgica por quem tosse ou espirra atinge um nível de proteção maior do que o uso do respirador do modelo N95 por quem é atingido pelos bioaerossóis. O levantamento avaliou a eficácia dos equipamentos em espaços como salas de espera de consultas e exames em instituições de saúde. Não foram consideradas máscaras de pano. 

“Em um ambiente de 27 metros cúbicos [m³] ocupado por cinco pessoas, embora o respirador N95 promova uma maior filtração, as máscaras cirúrgicas pareceram ser mais eficazes na redução da liberação de bioaerossol, principalmente em razão do ajuste e vedação da máscara ao rosto da fonte. Por isso, durante a atual pandemia, o uso de máscaras com menor poder de filtragem por todas as pessoas presentes no ambiente é mais eficaz na redução do risco de exposição do que o uso de respiradores com alto poder de filtragem para apenas uma parte das pessoas no meio ambiente”, explica Odilon Guariza-Filho, professor do curso de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e um dos responsáveis pelo estudo. 

A vedação na face de quem usa a máscara é, assim, o principal fator de proteção. Por isso, ela não deve ficar “frouxa” no rosto. 

“Nossa recomendação é de que as pessoas sigam usando máscaras, especialmente nas cidades onde o cenário de aglomeração segue sendo percebido, até termos mais segurança. Vale ressaltar, contudo, que a adaptação do artefato da maneira correta e a ventilação do ambiente, quando possível, são pontos que devem ser somados à utilização das máscaras”, 

completa Guariza-Filho. 

Metodologia

Para realizar o trabalho, os pesquisadores utilizaram as principais bases de dados eletrônicas que armazenam artigos científicos da área de saúde, a fim de encontrar todos os trabalhos já publicados sobre essa temática, incluindo teses, dissertações e monografias. Após analisar 4,8 mil referências, foram selecionados 13 artigos para a determinação do resultado. 

O estudo foi publicado no International Archives of Occupational and Environmental Health, importante periódico médico sobre saúde ocupacional e ambiental, e pode ser acessado clicando aqui.