Como uma pessoa morta ainda pode transmitir coronavírus? Entenda!

por Renata Nicolli Nasrala
com informações do R7
Publicado em 15 jun 2020, às 08h06.

Você tem ideia de como uma pessoa morta ainda pode transmitir o coronavírus a outros indivíduos?

Apesar de parecer estranho, no dia 13 de abril foi registrado o primeiro caso de infecção e morte pela covid-19 transmitida de um paciente morto a um médico legista, na Tailândia.

Neste caso, de acordo com Elie Fiss, médico pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a contaminação provavelmente aconteceu devido a uma falha no protocolo de higiene e manuseio do corpo durante a autópsia – processo que determina a causa da morte do paciente.

Como uma pessoa morta pode transmitir o coronavírus? Médico explica que o vírus não morre com a vítima

Ainda conforme Elie Fiss, o vírus não morre com a pessoa. Pelo contrário, ele sobrevie por algum tempo ainda no corpo do paciente.

“No caso de doenças respiratórias agudas, os pulmões e outros órgãos podem ainda abrigar vírus vivos. Portanto, se ocorrer alguma falha no protocolo de higiene e manuseio do cadáver, o médico legista pode acabar sendo contaminado – mas não só ele”, explica o médico.

Além do médico legista, toda a equipe responsável pelo manejo do corpo também está exposta a contaminação, e por isso é tão importante que todos estejam devidamente equipados e seguindo as recomendações do Ministério da Saúde.

De acordo com Ministério da Saúde, os EPIs recomendados para esses profissionais incluem gorro, óculos de proteção ou protetor facial, avental impermeável de manga comprida, máscara cirúrgica, luvas nitrílicas e botas impermeáveis.

Familiares da vítima e o contato com o corpo

Além dos profissionais que lidam com o corpo, os familiares também devem seguir algumas recomendações.

Em caso de óbito hospitalar, não é aconselhável o contato direto entre o familiar e o corpo, e deve-se manter uma distância de dois metros.

“Quando houver necessidade de aproximação, a pessoa deve usar máscara cirúrgica, luvas e aventais de proteção. Sugere-se, ainda, que, a depender da estrutura existente, o reconhecimento do corpo possa ser por meio de fotografias, evitando contato ou exposição”, explica o pneumologista.

Em casos de óbito em domicílio, os familiares não devem manipular o corpo e é importante que se evite contato direto.

“Os residentes com o falecido deverão receber orientações de desinfecção dos ambientes e objetos (uso de solução clorada 0,5% a 1%)”.

Por fim, o Ministério da Saúde não aconselha velórios e funerais de pacientes confirmados ou suspeitos durante os períodos de isolamento e quarentena.

“Caso seja realizado, recomenda-se, entre outras coisas medidas, manter a urna funerária fechada durante todo o velório e funeral, evitando qualquer contato (toque/beijo) com o corpo do falecido”.