Prestes a fechar, Hospital do Coração de Cascavel suspende atendimentos de cardiologia
O Hospital do Coração, em Cascavel, no Oeste do Paraná, suspendeu temporariamente o atendimento de cardiologia. A decisão foi tomada na segunda-feira (12) pelos médicos que procuraram a direção do hospital e comunicaram sobre a suspensão temporária dos atendimentos da especialidade.
Diante do comunicado, a direção do hospital informou as prefeituras sobre a decisão e pediram para que novos pacientes não fossem encaminhados para atendimento e internações.
A decisão vem ao encontro com o prazo da Justiça para fechamento da unidade, estipulado em junho deste ano. Segundo a determinação da justiça, o prédio deve ser desocupado em quatro meses e 15 dias e caso não seja cumprida a liminar, a multa cobrada é de R$ 30 mil por dia. Na ocasião, o cronograma estipula que no último mês de funcionamento, os pacientes internados devem ser transferidos e na sequência, nos últimos 15 dias, o local deve ser totalmente desocupado com a retirada de equipamentos e móveis.
Atualmente a instituição é referência em procedimentos cardiológicos, de ortopedia de alta complexidade e transplante renal. Além disso, o hospital tem leitos utilizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A equipe de jornalismo do Grupo RIC entrou em contato com a 10 ª Regional de Saúde, que informou que o responsável pelas informações sobre a unidade é a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).
O que diz a Secretaria de Estado da Saúde
Em contato com a Secretaria de Estado da Saúde fomos informados, que os pacientes serão remanejados para outras unidades hospitalares da região ou das macrorregiões por meio da Central de Regulação de Leitos Estadual, veja nota na íntegra
“A Sesa informa que a unidade ainda possui contrato com o Estado, e, embora já recebesse um número limitado e reduzido de encaminhamentos devido a ordem de despejo, dada a situação de não cumprimento deste contrato, os pacientes que seriam encaminhados para o Hospital do Coração, serão redirecionados para outras unidades hospitalares da região, e ou, das Macrorregiões por meio da Central de Regulação de Leitos Estadual.
O Paraná possui um processo permanente de encaminhamento de pacientes de acordo com a demanda e, quando necessário, estabelece ações em caráter emergencial para gestão de demandas aumentadas ou com necessidade de redirecionamento, sem qualquer tipo de desassistência. A realocação ou encaminhamento de pacientes para outras unidades quando não há disponibilidade de um serviço é algo que faz parte da política de gestão.
Segundo dados da Central de Regulação Estadual, existem 28 pacientes SUS internados no hospital nesta data. O hospital possui 47 leitos SUS no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e está dando encaminhamento aos atendimentos. Caso seja necessário, a Central de Regulação irá viabilizar transferências para outras unidades, priorizando e visando um melhor e pronto atendimento aos pacientes.”, informou a Sesa.
Entenda
O impasse com a direção do hospital e os proprietários do prédio é antigo. O contrato de locação existe desde 2012. Em 2017, os donos alegaram inadimplência no pagamento, e de lá pra cá, outras movimentações levaram a uma disputa judicial.
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O problema seria resolvido de outra forma: uma nova empresa de saúde assumiria o aluguel e os serviços prestados, mas a empresa desistiu porque teria que assumir também a dívida deixada pelo hospital do coração, que ultrapassa 10 milhões de reais. O resultado é o fechamento do hospital sem um substituto.
