Em Curitiba, risco de transmissão da covid-19 é o mesmo de 2020, alertou diretor

por Guilherme Barchik
Com informações da Prefeitura de Curitiba
Publicado em 26 maio 2021, às 12h25. Atualizado às 12h27.

O alerta foi feito pelo diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alcides Augusto Souto de Oliveira, durante a audiência pública de prestação de contas da pasta, realizada nesta terça-feira (25) na Câmara Municipal de Curitiba (CMC).

“O perfil da pandemia não mudou em um ano: a transmissão da doença é intrafamiliar, são pessoas que se deslocam, aglomeram e levam a doença para dentro das suas residências, por isso a transmissão não cessa. Um dos nossos desafios é entender qual é esse deslocamento e o por que da aglomeração. Nós precisamos da adesão da sociedade para que isto diminua”.

afirmou Alcides Augusto Souto de Oliveira.

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Conforme dados do Painel Covid-19 da Prefeitura de Curitiba, a capital do Paraná hoje contabiliza 208.679 casos confirmados, 5.249 óbitos e uma letalidade de 2,5%. A chegada da doença em 2020 fez com que o padrão das internações na rede hospitalar, registrado desde 2017, fosse alterado: segundo a SMS, a principal causa de internamentos ainda são lesões, envenenamentos e causas externas (traumas ligados à violência interpessoal e acidentes), mas as doenças infecciosas e parasitárias (onde se enquadra a covid-19) tiveram um salto e se aproximam da segunda causa de internações que são as doenças do aparelho circulatório.

Quanto à mortalidade, as doenças infecciosas e parasitárias, que ocupavam a quarta posição como causa das mortes na capital em 2019, hoje já se equiparam às neoplasias (tumores). Atualmente, na bandeira laranja, a média de novos casos é de 890 por dia; e de mortes, entre 20 e 25.

“O patamar ainda é elevado. De acordo com a nossa série histórica, tivemos aumento da doença nos meses de junho e julho e novembro e dezembro [2020] e agora em fevereiro e março. Agora, na última semana [de maio], novamente estamos tendo um aumento. Chegamos no final de abril com 5 mil casos ativos e hoje estamos com quase 10 mil casos ativos, isto significa a franca circulação da covid.”

avisou o diretor do Centro Epidemiológico da SMS.

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O perfil de transmissão da doença continua o mesmo do ano passado, continuou Alcides de Oliveira, ao explicar que a doença está nos 75 bairros da cidade, de forma dispersa – conforme levantamento da SMS, a regional com o maior número de casos é a do Boa Vista, com 27.212 e 762 óbitos, mas a maior incidência (número de casos relacionados ao tamanho da população) é no bairro Cidade Industrial de Curitiba, com 22,1 mil casos e uma população de 191.181 habitantes.

A covid-19 continua atingido mais mulheres do que homens, mas os homens ainda morrem mais em decorrência de complicações da doença.

Com relação aos óbitos, o servidor da SMS alertou que as doenças cardiovasculares ainda são o principal fator de risco, mas na nova onda da doença “observou-se que a obesidade tem influenciado muito nos casos graves”. Já a taxa de internamento, que em 2020 oscilava em torno de 8% dos casos confirmados agora é de 9%.

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Com a vacinação, houve a redução de 80% no número de internamentos de pessoas acima dos 80 anos, mas quando se verifica a faixa etária entre os 50 e 59 anos, o número de internações subiu 31% no último quadrimestre.

“Isso significa que o vírus continuará circulando, procurando outros grupos etários para continuar sobrevivendo e transmitindo a doença. [Por isso], a doença precisa ser controlada no aspecto da transmissão e das novas variantes. A população terá de conviver com o vírus e não abandonar as formas de prevenção.”

finalizou Alcides de Oliveira.

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