Entenda quais são os diferentes tipos de exames para COVID-19

por Ana Beatriz
da equipe de estágio RIC Mais, sob supervisão de Larissa Ilaídes
Publicado em 14 jul 2020, às 18h06. Atualizado às 19h35.

 Em curva ascendente no número de casos confirmados e mortes pela COVID-19, o Paraná é um dos estados brasileiros que mais realiza testes para a detecção da doença.

Recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a testagem é um dos recursos para conter a disseminação do novo coronavírus.

Porém, de acordo com o médico infectologista responsável pela Unimed Laboratório, Jaime Rocha, a corrida pelos exames têm causado confusão entre a população.

“Muitos ainda não sabem quando procurar atendimento médico e nem qual exame deve ser feito. Infelizmente, as fake news sobre o assunto acabam prejudicando muito esse processo de informação”, explica.

Existem diversos exames disponíveis no mercado mas o RT-PCR e a sorologia são os mais utilizados, pois ainda existem discussões relacionadas ao valor preditivo dos resultados e à sensibilidade dos demais métodos nos chamados testes rápidos.

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Foto: SESI/Vinicius Magalhães/Agência Brasil.

Exame do cotonete

O RT-PCR é o exame padrão da OMS e é conhecido por ser o “exame do cotonete”, uma vez que a amostra de raspado de orofaringe e/ou nasofaringe (garganta e nariz) é obtida com uma haste flexível.

Este é o exame indicado para pacientes que apresentam sintomas nos primeiros dez dias, ou seja na fase aguda da doença e tem como objetivo definir a conduta clínica e isolamento do doente.

Trata-se de uma análise de material genético e por isso, o resultado fica pronto, normalmente, em até cinco dias úteis após a coleta.

Vale lembrar que o RT-PCR é recomendado para pacientes sintomáticos, aqueles que apresentam febre, tosse, dificuldade para respirar ou perda do olfato e paladar ou contato próximo com caso suspeito ou confirmado, nos dez dias que antecedem o início dos sintomas.

“Ainda que seja necessária uma testagem em massa, ainda é preciso evitar solicitações de exames para pacientes assintomáticos devido ao risco de escassez dos insumos em função da grande demanda”, enfatiza o responsável pelo laboratório.

Teste de sorologia

Já a sorologia, conhecida pelas siglas IgG e IgM, detecta os anticorpos para coronavírus no sangue e é indicada para pacientes assintomáticos.

Ou seja, apresentaram sintomas da doença há mais de 14 dias e que, por algum motivo, não fizeram o RT-PCR.

A coleta é feita por meio da punção venosa, sem necessidade de jejum, com resultado em até dois dias úteis após a coleta.

“Vale lembrar que o médico solicita este tipo de exame para saber se o paciente já teve a doença. Porém, ainda não há evidência científica suficiente para garantir que as pessoas que já foram infectadas estejam imunes à COVID-19. Os exames são muito importantes, também, para o controle epidemiológico”, destaca o infectologista.

Diferenças entre exames para detectar a COVID-19

O médico esclarece que o IgM é, normalmente, o primeiro anticorpo a aparecer e um resultado positivo indica uma infecção recente.

Já o IgG demora um período um pouco maior para ser detectado e evidencia se a pessoa já teve contato com o vírus e, possivelmente, já pode ser considerada recuperada.

“O que existe de melhor é a pesquisa de anticorpos totais (soma IgG e IgM), pois tem maior sensibilidade e especificidade (devem ser interpretado como IgG e IgM positivos).

Não há urgência na coleta ou execução destes exames, pois eles não servem e não devem ser utilizados na fase aguda para definir a presença de vírus”.

Ele lembra que é preciso considerar que há casos de falsos negativos, principalmente se realizados fora do período recomendado – antes do aparecimento do sintomas, por exemplo e pode haver falsos positivos por reações cruzadas. Rocha também faz um alerta.

“É fundamental que a pessoa com suspeita da doença passe por avaliação médica, evitando, assim, realizar exames desnecessariamente ou de forma equivocada.

Existem protocolos específicos para as testagens e eles precisam ser adotados e respeitados, ou seja, o médico é quem avalia e orienta o que deve ser feito, quando e como”.

Para suprir a demanda, a Anvisa disponibilizou diferentes tipos de testes rápidos, mas é preciso, ao buscar algum deles, atentar aos critérios de segurança e eficácia.

Conforme acordado entre as operadoras de saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os exames RT-PCR e a sorologia para detecção do coronavírus (COVID-19) foram incluídos a cobertura mínima obrigatória para os beneficiários de planos de saúde. Cabe a cada beneficiário consultar as condições do plano contratado.