Vale da Música #CrieEmCasa: músicos curitibanos podem participar do projeto de suas casas

por Angelo Binder
conteúdo Comando News com assessoria
Publicado em 28 mar 2020, às 00h00.

A programação do projeto Vale da Música, na Ópera de Arame, continua. Mas desta vez, de casa. O Vale, que recebe mais de 600 músicos no Palco Flutuante regularmente e que ofereceu ao público mais de mil apresentações musicais, está com um novo formato neste período, respeitando as orientações de segurança do Ministério da Saúde e dos governos estadual e municipal e, com isso, criou o projeto Crie em Casa. A ideia é fazer com que músicos e bandas criem material exclusivo para o Vale da Música. Os vídeos serão postados na página do Instagram do Parque das Pedreiras.

“O Covid-19 está impactando toda a economia e o segmento da cultura e entretenimento é um dos primeiros a sentir esse baque. Toda a cadeia de profissionais que trabalham com arte e música está drasticamente prejudicada, principalmente músicos. Por isso, pensamos numa forma de fazer com que a engrenagem continue girando, e que não só os instrumentistas que já participam do Vale da Música, mas também outros músicos independentes da cidade, possam mostrar seus trabalhos e serem remunerados, mesmo que dentro de suas casas, em suas quarentenas. A ideia é mostrar para o público quem são essas pessoas, contar a história delas. Mostrar essa rede de músicos da cena instrumental da cidade com vídeos feitos dentro de suas casas”, explica Gabriella Camargo, gerente de marketing da Ópera de Arame.

O projeto já está selecionando os artistas, e um dos artistas selecionados foi Du Gomide, nome conhecido na cena local e que viu na iniciativa uma maneira de minimizar os impactos que a arte vem sofrendo com a crise. “São trabalhos como esse que permitem músicos de alta qualidade viverem de uma forma simples em Curitiba. Não é um cachê que vai pagar todas as contas, mas vai ajudar e muito a não precisarmos correr atrás de noitadas madrugada a dentro pra ganhar o pão. Com a pandemia no mundo todo, nossa classe artística ficou desamparada, reclusa, insegura, pois como tocar pra ninguém? E como transmitir nossa arte pra alguém que não pode nos assistir ao vivo? Por isso quero aqui parabenizar a equipe do Vale da Música que ao cancelar os shows presenciais, investiu em vídeos caseiros, mas de total liberdade criativa, mostrando que a arte não se cala, apenas encontra outros meios de se pronunciar”, afirma o músico.

Por dia, serão postados de 3 a 5 vídeos, estimulando que cada vez mais músicos participem do projeto. Com isso, o projeto mantém a essência de incentivar a arte e, sobretudo, a música instrumental. Como ainda não há previsão de quando as atividades voltarão à normalidade, o Vale da Música preparou uma curadoria para receber e selecionar os artistas que participarão do projeto. “Existem músicos incríveis da cena instrumental da cidade. Por que não incentivá-los a criar em casa nesse momento de crise e por que não aproximar o trabalho deles das pessoas?”, questiona Gabriella.

Como funciona o projeto

O músico faz um vídeo criando dentro de casa. Solos, composições autorais, covers, brincadeiras com o instrumento, ideias criativas e diferentes – o céu é o limite. O vídeo precisa ser gravado em modo vertical do celular e enviado via WeTransfer para o e-mail curadoriavale@futurafonte.com.br, junto com seu nome artístico e um breve e criativo descritivo e histórico do artista.

O material é analisado pelo o núcleo curador do projeto e, uma vez aprovado e publicado, o artista é remunerado de acordo com a quantidade de integrantes. O valor por vídeo gira em torno de R$ 100/músico, mas as negociações serão feitas individualmente.