10 pessoas são presas em operação contra tráfico de drogas

Dos 11 mandados de prisão expedidos, apenas um não foi cumprido e uma pessoa é considerada foragida

Publicado em 19 jun 2024, às 22h28. Atualizado às 22h29.
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Operação contra tráfico de drogas teve como saldo a prisão de dez pessoas e a apreensão de armas e dinheiro em espécie, conforme a Secretária de Segurança Público do Estado (Sesp). A ação, realizada nesta quarta-feira (19), foi comandada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio de outras forças policiais e envolveu mais de 180 policiais. As dez pessoas presas estão à disposição da Justiça a partir de agora.

Operação contra tráfico de drogas
Mais de 180 policiais participaram da operação (Foto: Divulgação/PCPR)

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Os dez suspeitos presos são apontados como integrantes de uma organização criminosa que distribuía drogas do Paraná para quatro estados. Entre eles Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. 

Dos 11 mandados de prisão expedidos, apenas um não foi cumprido e uma pessoa é considerada foragida. Durante a ação, também foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão. Nos endereços, foram apreendidas armas, drogas, além de R$ 246 mil em dinheiro, 1.980 euros em espécie, R$ 344 mil em cheque, dez veículos de luxo e um caminhão que era utilizado para o transporte da droga.

A polícia também solicitou à Justiça 37 os bloqueios de contas bancárias dos envolvidos na investigação.. 

Os suspeitos podem responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico.

A operação foi realizada simultaneamente em dez municípios de cinco estados. No Paraná, os policiais atuaram nos municípios de Toledo, Cascavel, Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon, Capitão Leônidas Marques e Capanema. Em Santa Catarina, os alvos residiam na cidade de Balneário Camboriú. Em Minas Gerais, os policiais atuaram em Ribeirão das Neves. Nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, os alvos estavam localizados nas capitais..Além da PCPR e do Gaeco, a operação conta com o apoio das polícias civis do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e do Gaeco de Santa Catarina.

Como um dos alvos tem naturalidade paraguaia e pode estar no país vizinho, também participam da operação a Polícia Federal, que atuou em Assunção, capital do Paraguai, além do Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF) de Foz do Iguaçu.

Fase anterior da operação

Na primeira fase da operação, deflagrada em agosto de 2023, 15 pessoas foram presas, houve a apreensão de 11 armas de fogo e a Justiça recuperou cerca de R$ 25 milhões em bens móveis, imóveis e dinheiro.

“Com a deflagração da primeira fase, a organização criminosa alterou o modus operandi porque sabia que a polícia já tinha conhecimento do modo anterior. Em uma das apreensões posterior à primeira fase, uma carga de duas toneladas de droga foi encontrada em meio a uma carga de fogões”, explicou a delegada da Polícia Civil do Paraná, Franciela Alberton.

A investigação foi iniciada, em março de 2023, com a apreensão de cerca de 2 toneladas de maconha em um fundo falso de caminhão frigorífico. Após a ação, foi identificado o local onde a droga seria armazenada e, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, a Polícia Civil encontrou um segundo caminhão frigorífico com fundo falso, com grande quantidade de munição de fuzil e um bunker, sob um chiqueiro de porcos, onde a droga era armazenado.

A investigação ainda apontou que a distribuição do entorpecente era feita por meio de caminhões frigoríficos. Esse tipo de veículo era escolhido pela dificuldade de fiscalização, já que o rompimento do lacre pode comprometer o produto. A investigação constatou que os integrantes da organização criminosa mascaravam os valores obtidos com a venda das drogas por meio da aquisição de bens móveis, imóveis e ouro.

Entre os investigados, um policial civil do Estado de São Paulo, suspenso na primeira fase, teve sua prisão preventiva decretada na atual fase da operação.

Em Marechal Cândido Rondon, dois dos investigados foram alvos de diversos disparos de arma de fogo no dia 29 de maio de 2024, resultando na morte de um deles e em ferimentos graves no outro, que é o policial civil de São Paulo.

Os autores, também investigados, foram presos logo após o homicídio. O crime foi motivado por desacerto entre os membros da organização, que foi parcialmente esfacelada com a prisão de seu líder, em agosto de 2023.

Um dos alvos é um jornalista do Rio de Janeiro, suspeito de ser o responsável pela contabilidade e gerência das contas bancárias.

Conforme apurado, os chefes da organização criminosa ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos. Em quatro anos, a organização movimentou mais de R$ 100 milhões por meio de dinheiro em espécie e transações bancárias feitas em contas de “laranjas”, muitas delas eram empresas de fachada, criadas apenas para movimentar o dinheiro do tráfico.

“A investigação apurou que em um período de quatro anos a situação financeira deles subiu absurdamente. O Gaeco está se concentrando na parte financeira e bancária dos alvos, então a análise será feita pelo grupo. Foi apreendido um valor bem elevado tanto em bens como em dinheiro e contas bancárias. Tudo será analisado para dar andamento na investigação”, afirmou o delegado do Gaeco, Nilmar Manfrin da Silva.

O promotor Sandres Sponholz explicou que, em relação à primeira fase da investigação, as medidas legais estão em processo. “Em relação à fase anterior, é importante destacar que foi ajuizada a ação penal em face daqueles investigados que foram presos e a partir da realização de buscas e análise de dados foram confirmados indicativos de autoria e materialidade de crime por associação criminosa, tráfico de drogas e outros crimes a fins”, afirmou.

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