18 pessoas já foram ouvidas em inquérito sobre morte de guarda municipal em Foz

Publicado em 14 jul 2022, às 11h54. Atualizado às 11h56.

Até a manhã desta quinta-feira (14) foram ouvidas 18 pessoas, sobre o inquérito que investiga a morto do guarda municipal Marcelo Arruda, em sua festa de aniversário de 50 anos, na cidade de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, no último sábado (9). Dentre testemunhas estão pessoas que participavam da festa, familiares do guarda municipal e do agente penal federal,  Jorge José da Rocha Guaranho. Segundo as assessorias da Polícia Civil e SESP, não há oitivas agendadas para hoje.

A SESP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) informou nesta semana, que o inquérito tem previsão de ser concluído na próxima terça-feira (19), mas o prazo pode ser adiantado ou atrasado, isso vai depender do andamento das apurações policiais.

Ainda segundo as assessorias, a análise das imagens foi concluída e a equipe de investigação se concentra em diligências complementares. Quem está à frente das investigações é a delegada Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, de Curitiba. A delegada Iane Cardoso, de Foz do Iguaçu, que era responsável pelas investigações, agora faz parte da força-tarefa que foi montada.

A investigação está sendo acompanhada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A Procuradoria Geral de Justiça designou uma equipe para que participe das perícias, das oitivas e também depoimentos.

Além da investigação sobre a troca de tiros que terminou com o guarda morto e o agente penal gravemente ferido, o Gaeco solicitou que seja aberto um inquérito separado para investigar as pessoas, que aparecem no vídeo de câmeras de segurança, agredindo o agente federal, já caído no chão.

O que dizem as testemunhas

A Polícia investiga se o crime foi cometido por intolerância política, isso porque Marcelo comemora o aniversário de 50 anos em uma associação com a temática PT (Partido dos Trabalhadores).

(Reprodução/RICTv)

Segundo testemunhas, que estavam no aniversário, Guaranho chegou no local gritando o nome do atual Presidente Bolsonaro, e na sequência houve a troca de tiros. Imagens do circuito de segurança do local registraram toda a confusão que terminou com o guarda morto e o agente baleado.

Inicialmente, a Polícia Civil informou que o agente também havia morrido, mas depois corrigiu a informação e declarou que ele está internado em estado grave.

O que diz a defesa

Para os advogados de Jorge José da Rocha Guaranho, o confronto armado, entre o policial penal e Marcelo Arruda, não foi motivado por política.

“ Nós temos certeza que não existe uma intolerância política.  Apesar do Seo Guaranho ter um posicionamento de direita, ele não era uma pessoa extremamente voltada a política. Por isso a motivação política é totalmente descartada. Ele foi lá para fazer a ronda de rotina que era uma coisa habitual dos sócios e diretores, que é um local que acontecem furtos. Ele foi passar lá para fazer uma ronda e aconteceu essa fatalidade.”

Poliana Cardoso – advogada

Segundo os advogados, o guarda municipal, teria se irritado com a presença de Jorge, que não era convidado e teria ido lá apenas para fazer uma ronda. E que o confronto só aconteceu porque Marcelo jogou pedregulhos em Jorge.

O que diz associação 

Segundo o presidente da associação, Antônio Marcos Borges de Souza, Guaranho, não faz parte da diretoria da Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física), onde estava acontecendo a comemoração dos 50 anos do guarda. Ele pediu exoneração do cargo de secretário da diretoria,  e saiu de sua função em dezembro de 2021.  

(Foto: Fidel Alvarenga/RICtv)

A diretoria não sabe como ele teria ficado sabendo da comemoração do aniversário da vítima, fato que deve ser esclarecido na investigação policial.

“Ele era associado apenas. A princípio não tinha acesso às imagens, se tivesse, seria apenas pelo seu celular. A polícia está periciando o aparelho para ter as respostas.”

Antônio Marcos Borges de Souza – presidente associação

Na coletiva de segunda-feira (11) Thiago Lisboa, coordenador do Gaeco, informou que a investigação estava apurando o que o agente fazia no local e se fazia parte da diretoria, que o agente fazia no local e se fazia parte da diretoria, que tinha como hábito fazer rondas pelo local.

“Vários pontos precisam ser esclarecidos. Qual razão ele esteve no local? Se existia algum motivo específico de ele estar no local. Foi apurado que o autor do fato, é membro de uma associação, cuja sede é nas proximidades da região. Existe um hábito dessas pessoas que faziam parte da diretoria da associação, de fazer uma ronda nas proximidades, nós estamos verificando se de fato ele exerce esse cargo e se cabia a ele fazer essa ronda.”

Thiago Lisboa – coordenador do Gaeco
Saúde de Guaranho

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Civil do Paraná, Jorge Guaranho continua internado e respira com ventilação mecânica. Seu estado de saúde é estável e não há previsão de alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

(Foto: redes sociais)

O agente penitenciário foi transferido de hospital na noite de segunda-feira (11). Ele estava no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu e foi levado para o Hospital Ministro Costa Cavalcanti, onde permanece internado. A divulgação do estado de saúde do agente, para imprensa, foi bloqueada por familiares e apenas a SESP está sendo porta-voz. Não há informação sobre o motivo da transferência.

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