Resgatado na mata, piloto paranaense ficou inconsciente e fugiu de risco de explosão em avião
A família do piloto Otávio Augusto Munhoz da Silva falou pela primeira vez após o resgate do londrinense que sobreviveu na floresta em Roraima, durante 13 dias, após a queda de um avião na região de Boa Vista.
A irmã do piloto, Cássia Munhoz, e a esposa Gleice Tamires Ferreira foram até o local para acompanhar as buscas, que terminaram no último domingo (9) com reencontro de Silva com a família. Segundo a irmã, o piloto segue em recuperação em Roraima antes do retorno ao Paraná, previsto para a próximo sábado (15).
Cássia relatou que após a queda no final da tarde do dia 27 de setembro, o avião foi localizado pela Força Aérea no dia seguinte e no dia 29, foi feita a descida de rapel na floresta que confirmou que o piloto não estava no local, mas pegadas foram encontradas.
A aeronave ficou presa na copa de uma árvore durante a queda. “Quando tirou o cinto, a porta abriu e ele caiu de uma altura considerável. Na queda, bateu a cabeça e ficou inconsciente. Quando retornou, tinha combustível caindo sobre ele com um princípio de incêndio na aeronave. Ele saiu do local por causa do risco de explosão”, contou a irmã do piloto.
Durante os 13 dias, Silva caminhou todos os dias na mata, dormia de noite apesar do frio. Com dificuldades de voltar até o avião, sem referências para localização na mata, o piloto procurou por um rio na tentativa de entrar em contato com as pessoas que usam barcos para transporte na região.
Enquanto isso, a comunidade local, que conhece a floresta, trabalhava nas buscas por terra. A família realizou uma vaquinha online para levantar R$ 10 mil, recurso utilizado para custear a alimentação e manutenção das pessoas envolvidas na procura terrestre pelo piloto, além da viagem da família até Roraima.
“Ele encontrou um rio, onde ficou boiando por cinco horas até desaguar no Rio Mucajaí, onde foi encontrado. Depois foi levado para o hospital, fez teste para malária que deu negativo, exame de sangue com resultado normal, mas ainda está muito debilitado na parte física e emocional”, informou Cássia. O piloto perdeu cerca de 15 quilos no período em que sobreviveu apenas com frutas da floresta.
“Ele disse que ficou tranquilo, o frio atrapalhava o sono, mas teve forças para caminhar e sabia que o que dava forças para continuar eram as orações” afirmou no vídeo gravado em agradecimento aos amigos, familiares e pessoas envolvidas nas buscas.