Adolescente de 14 anos é vítima de racismo e recebe ameaça de morte em colégio
Uma adolescente, de 14 anos, estudante do 9º ano do Colégio Estadual Cívico-Militar Sebastião Saporski, no bairro Taboão, em Curitiba, foi vítima de racismo na semana passada e, nesta quarta-feira (17), recebeu uma ameaça de morte na instituição. Familiares da jovem foram até o colégio nesta manhã para tentar entender o que está acontecendo e, durante a tarde, vão procurar a Polícia Civil para fazer um boletim de ocorrência denunciando o caso.
Conforme o relato da adolescente, que não será identificada para preservar sua identidade, ela saiu da sala para a aula de educação física e, ao retornar, encontrou o caderno rabiscado com xingamentos e frases racistas como “vá tomar no c*, só menina branca é bonita”, “onde já se viu ter preto nesse colégio” e “preta desgraçada”. Ainda na semana passada, colegas da jovem se manifestaram e deram apoio à estudante, espalhando frases antirracistas e com pedidos de respeito pelo colégio.
Apesar da mobilização, no entanto, o ato não foi o suficiente. Nesta quarta-feira, a jovem teve o caderno rabiscado novamente, dessa vez com uma recado muito mais grave, uma ameaça de morte: “vou te matar, preta desgraçada”. O autor das mensagens criminosas ainda não foi identificado.
A mãe da adolescente afirmou que a menina não sabe quem pode ter feito a ameaça e que é uma jovem tranquila, que não costuma brigar com ninguém, que não possui desentendimentos. “Ela está bem abalada, está com medo, está nervosa, assim como nós”, descreveu a mãe. “É muito revoltante, não tem necessidade uma pessoa odiar tanto a outra por causa de cor de pele, a gente quer Justiça, que se descubra quem foi para a gente ficar mais sossegado”.
Ao ser procurada pela produção da RIC Record TV, a Secretaria da Educação (Seed) afirmou que a direção da escola já repassou o caso para a polícia e que a Secretaria enviou representantes para dar apoio à família e à estudante, e “eitera que o racismo é inaceitável nos colégios do estado”.
Veja a nota na íntegra:
“Diante das novas demonstrações intoleráveis e da ameaça, a direção da escola acionou imediatamente o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC) que foi à instituição, bem como a Polícia Civil, que está investigando o caso. A Seed-PR também enviou representantes do Núcleo Regional de Educação (NRE) Curitiba para dar apoio à família e a estudante e reitera que o racismo é inaceitável nos colégios do estado. A secretaria acompanha de perto essa situação lastimável e espera em conjunto com as autoridades policiais a resolução mais rápida para o caso.”