Adolescente acusa policial motorista de app de estupro: "fez eu transar com ele"

Publicado em 3 set 2020, às 12h58. Atualizado às 14h45.

Uma adolescente acusou um policial militar que também trabalha como motorista de aplicativo de estupro, em Curitiba, no último domingo (30).

De acordo com a menina, que tem apenas 15 anos, o homem a obrigou a ter relações sexuais com ele no parque São Lourenço.

Adolescente acusa policial motorista de app de estupro e conta momentos de terror

A corrida com o carro de aplicativo começou no bairro Boqueirão. No local, a vítima estava na casa de uma amiga pois havia acabado de voltar do litoral do Paraná.

Conforme a adolescente, no começo da corrida ela conversou normalmente com o indivíduo, exatamente como fazia com outros motoristas de aplicativo. Entretanto, não demorou muito para que os ataques começassem.

“Ele começou a falar umas besteiras pra mim. Se eu gostava de um carinho, essas coisas. Ele falou que a região onde eu morava era perigosa (…), e nisso ele falou que ‘ainda bem que eu sempre ando armado’. Ele parou o carro e falou pra mim ir pro banco da frente, e eu falei que não queria. E ele insistiu e daí eu peguei e desci, porque ele tava com uma arma e eu não sabia do que ele podia ser capaz. (…). Ele começou a passar a mão na minha perna, mas eu disse que não queria. E ele parou no parque São Lourenço”.

Ao sentar no banco da frente a jovem relata que o policial ergueu a blusa e mostrou a arma em sua cintura.

estupro são lourenço
Foto: reprodução RIC Record TV

“Eu fui obrigada a fazer as coisas nele. Ele fez eu fazer sexo oral nele. Me ameaçou várias vezes que se eu contasse pra alguém ele ia me matar”.

Ainda segundo relatos da menina o estupro aconteceu perto do estacionamento do parque São Lourenço. Em um local bastante escuro a jovem relembra que foi obrigada a manter relações sexuais com o motorista.

Adolescente contou sobre o estupro para uma amiga

Após viver momentos de terror, a jovem contou o que havia acontecido para uma amiga. Veja prints da conversa abaixo!

estupro jovem de 15 anos
estupro policial militar

Logo depois de desabafar sobre o crime, a amiga da jovem convenceu a adolescente a reportar o estupro para a família. Além disso, ela e outros amigos identificaram o motorista pelas redes sociais e divulgaram o caso em uma postagem com a foto e o perfil do suspeito.

Em entrevista à RIC Record TV, a mãe da vítima lamentou tudo o que o sujeito fez sua filha passar.

“Ela não dorme, ela não tá comendo. Ela tá tomando remédio. Ela sai na rua ela tem medo. Ela tem que se tratar com psicólogo. Ele acabou com a nossa família. Com a nossa vida. Com a vida da minha filha”.

Policial negou estupro em áudio

Em um áudio que a RIC Record TV teve acesso, o policial militar suspeito de cometer o estupro contra a adolescente de 15 anos negou o ato.

“Eu sou policial, pai de família, jamais jamais ia fazer isso daí. Eu to tentando procurar foto da menina aqui, mas eu nem lembro de ter levado ela. Talvez tenha levado, talvez nem tenha. Eu acho que é uns problemas de inimizade aí. Alguma coisa que alguém inventou, porque pelo amor de Deus, jamais faria isso com uma menina”.

A adolescente já prestou um longo depoimento no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA).

Além disso, a delegada Ellen Victer já encaminhou a adolescente ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito, e caso segue sendo investigado.

Nota oficial da Polícia Militar do Paraná (PMPR)

Em nota, a PM afirmou que o policial acusado de estar envolvido no estupro da jovem de 15 anos trabalha no Batalhão de Polícia de Guarda (BPGd), e ressaltou que a instituição é dedicada à segurança do cidadão paranaense e com o compromisso na defesa dos direitos da mulher, da criança e do adolescente.

“Em data de 1º de setembro de 2020 chegou ao comando do BPGd a informação, advinda de redes sociais, de que uma adolescente de quinze anos teria sido vítima de crime sexual, praticado por um indivíduo, cujas imagens veiculadas na internet davam conta de ser um militar estadual. Em face do ocorrido, este Comandante determinou imediatas diligências, no sentido de localizar tanto a suposta vítima quanto o suspeito do crime, vez que fora identificado como sendo um militar servindo no BPGd. Diante da necessidade de apuração de forma justa e imparcial, foi determinada a instauração do procedimento investigatório cabível, que será conduzido em estrita observância aos ditames legais, e ao final apontará as providências a serem adotadas”.

Além disso, a PM afirmou que não compactua com desvios de conduta de seus policiais, e que lamenta o triste episódio e “apura com rigor a ocorrência por meio de seus mecanismos internos e da Corregedoria-Geral, todos integrados com os órgãos do Ministério Público e da Justiça”.