Aeroporto em Londrina é alvo de operação contra comércio ilegal de aeronaves e peças

Publicado em 4 out 2022, às 11h53. Atualizado às 11h57.

O Aeroporto 14 Bis em Londrina foi alvo de uma operação na manhã desta terça-feira (4) por causa da suspeita de comércio ilegal de aeronaves e peças aeronáuticas, investigação que envolve a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a Receita Federal e a PF (Polícia Federal).

As equipes com 16 agentes públicos fiscalizaram hangares e contêineres, onde foram localizadas aeronaves acidentadas e grande quantidade de peças aeronáuticas usadas. Segundo a Receita Federal, há fortes indícios de que este comerciante, em conluio com outros participantes do esquema, trouxe aeronaves estrangeiras acidentadas para recuperação e uso no Brasil ou para venda de peças sem acompanhamento e certificação da Anac, assim as aeronaves e as peças comercializadas não possuem rastreabilidade e condições de uso dentro dos padrões internacionais de segurança.

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Aeronaves e peças estrangeiras eram recuperadas para uso no Brasil. (Divulgação)

O valor estimado dos bens retidos para averiguação pode chegar a R$ 100 milhões. Os envolvidos no esquema estão sujeitos ao perdimento dos bens, multas aduaneiras e administrativas e poderão responder pelos crimes contra a segurança da Aviação Civil, contrabando ou descaminho e organização criminosa.

Duas turbinas estão retidas no barracão da empresa que está lacrado. Valor estimado das turbinas é de R$ 20 milhões de dólares. O nome “Rainha da Sucata” faz alusão a novela dos anos 80, e foi utilizado porque o principal alvo é uma das maiores revendedoras de peças aeronáuticas usadas no país.

Para Marcos Vinícius Aduar, coordenador da Operação Rainha da Sucata, ações fiscais como a realizada em Londrina são fundamentais para a segurança da aviação civil no País. “Vimos aqui para buscar indícios de um crime que coloca em risco a vida de pessoas. Caso seja de fato constatada a prática criminosa da importação dessas aeronaves, a Anac tomará as medidas administrativas cabíveis para punir os envolvidos. Mas o nosso principal objetivo é retirar de circulação essas aeronaves e peças, que não têm mais condições de voo, e evitar que acidentes aeronáuticos ocorram”, afirmou.