Agente penitenciário repassava cartas escritas por detentos para fora do sistema prisional

Publicado em 15 jun 2021, às 11h27. Atualizado às 11h51.

A informação da participação do agente penitenciário federal com organizações criminosas, foi apurada de dentro do presídio de Catanduvas e foi repassada para as forças policiais. O agente repassava bilhetes dos internos para fora da unidade policial. Para que as mensagens chegassem até as organizações criminosas, uma advogada também participava do esquema.

A Operação Efialtes, que contou com apoio da Receita Federal, percebeu a movimentação de mais de um milhão de reais, nas contas dos dois envolvidos, valor totalmente fora da realidade do salário recebido. 

As cartas tinham como conteúdo a ordem para compras de arma de fogo, drogas e assaltos entre outras situações ilícita, em sua maioria praticadas, no Rio de Janeiro. A função do agente era fazer com que as informações entre as informações circulassem entre os grupos criminosos, para que as ordens chegassem aos envolvidos.

Para tentar encobrir a movimentação financeira, o agente recebia a propina em dinheiro e utilizava os valores para compra de imóveis e carros de luxo.

Os policiais acreditam que o esquema acontecia pelo menos há dois anos. O agente penitenciário faz parte do quadro de funcionários nacionais desde 2006.

Carros de luxo e imóveis foram apreendidos. A Polícia encontrou vários documentos que vão auxiliar na constatação dos crimes  praticados. Além de celulares e computadores, as contas bancárias dos envolvidos foram bloqueadas durante a operação.

Dos mandados de prisão expedidos 16 foram cumpridos em Cascavel e sete em Catanduvas. Há também outras ordens cumpridas em Santa Catarina e São Paulo. Os policiais ainda realizam diligências para localizar outros envolvidos.

Durante as ações, uma arma de fogo foi encontrada.

Os policiais investigam há um ano os atos ilícitos praticados. Segundo o que foi apurado, não há ligação desta operação com a morte de agentes penitenciários. 

Efialtes

A operação foi batizada de “EFIALTES” em alusão ao nome do homem que traiu sua “nação” por dinheiro, durante a Batalha das Termópilas, quando o exército grego enfrentou o exército persa.

A investigação contou com apoio do Departamento Penitenciário Nacional e da Receita Federal do Brasil.