Arteris se pronuncia sobre tragédia na BR-376 após ser responsabilizada por autoridades
A concessionária Arteris, responsável pela operação na BR-376, onde houve um grande deslizamento de terra na noite de segunda-feira (28), não negou, mas também não assumiu nenhuma culpa pela tragédia. A empresa se posicionou após declarações de autoridades, nos últimos dois dias, afirmando que é responsabilidade da concessionária o monitoramento das encostas e por ela ter liberado o tráfego, mesmo após um primeiro deslizamento no local.
“Neste momento, qualquer afirmação sobre as causas do deslizamento seria prematura, pois não contaria com o embasamento técnico necessário”, afirmou a concessonária em nota oficial.
A conduta da Arteris sobre o monitoramento das encostas foi levantada em duas coletivas de imprensa. Na primeira, realizada na terça-feira (29), o coronel Fernando Schuning, da Defesa Civil do Paraná, disse que a concessionária tinha ciência do risco de deslizamento.
Já nesta quarta-feira (30), em nova coletiva de imprensa, o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Paim, reafirmou que a responsabilidade por liberar o tráfego na BR-376, minutos antes da tragédia, foi da Arteris.
Vale lembrar que, horas antes, já tinha ocorrido um deslizamento da encosta e que o solo permanecia muito encharcado, com risco de nova queda de barreira no local. Veja o que disse o superintendente da PRF:
“Quem tem todo o inventário da rodovia, com relação a todas as obras, tudo o que é feito, seja na própria pista, como galerias, e tudo mais, justamente para garantir condição de segurança, é o órgão rodoviário responsável. Nesse caso, há uma concessão pública. Então quem assume é o órgão rodoviário. Essa condição, principalmente numa serra, é uma situação muito dinâmica. Então essa questão é uma condição própria da concessionária, avaliar e agir conforme os levantamentos e até o histórico de ações que se tem nos locais.
Assista à declaração:
O que diz a Arteris Litoral Sul?
Por conta das falas das autoridades, a RICtv encaminhou diversos questionamentos à Arteris. Entre outras questões, foi perguntado:
- O que a concessionária tem a dizer sobre as declarações das autoridades?
- A concessionária já estava monitorando a área do deslizamento da BR 376? Há quanto tempo?
- Pelas imagens que tivemos acesso antes do deslizamento, sabemos que o morro de onde ocorreu o fato estava sem área verde ou proteção artificial, de concreto ou por ferragens. Por que não houve obra no local?
- Sabemos que a concessionária mantinha uma equipe de monitoramento no local. A concessionária sabia do risco de deslizamento?
Veja na íntegra o que respondeu a concessionária:
“A Arteris Litoral Sul está consternada e se solidariza com amigos e familiares das vítimas do deslizamento de terra no km 668,7 da BR-376/PR. O atendimento à ocorrência é a prioridade máxima da concessionária neste momento. Por isso, a empresa não está medindo esforços e as equipes estão totalmente mobilizadas para fornecer todo o suporte e logística sob liderança do Corpo de Bombeiros para resgate no trecho.
Após essa etapa tão crucial, da mesma forma, a concessionária empenhará todos os seus esforços para que a via seja liberada e que o tráfego possa ser restabelecido, com total segurança e o mais rápido possível.
A Arteris ressalta que possui um programa permanente de monitoramento de encostas e que o trecho em que aconteceu o deslizamento é acompanhado periodicamente, sendo parte de suas obrigações contratuais. Neste momento, qualquer afirmação sobre as causas do deslizamento seria prematura, pois não contaria com o embasamento técnico necessário. (grifo nosso)
O propósito da Arteris é garantir a melhor segurança viária para os usuários. Especificamente sobre a BR-376/PR, a concessionária investiu fortemente na rodovia. Entre os investimentos aplicados especificamente no trecho da Serra do Mar, destacam-se a construção de duas áreas de escape, a conclusão da instalação do sistema de iluminação em 30 kms das pistas Norte e Sul; e a implementação do sistema semafórico para alerta em caso de trânsito interrompido à frente, denominado de Pirilampo.
A Arteris Litoral Sul reforça seu compromisso com a sociedade paranaense e seguirá trabalhando para a melhoria constante das condições de tráfego e segurança do trecho, tão importante para a logística do País.
Arteris Litoral Sul”