Assassino confesso da sogra disse que ia matar também companheira e enteada: "alguma coisa travou ele"

por Daniela Borsuk
com informações de Bruna Froehner, da RICtv
Publicado em 21 jul 2022, às 15h15.

Samuel da Silva Sousa, de 43 anos, suspeito de matar a sogra, Maria de Jesus Souza, de 68 anos, foi interrogado pela delegada Vanessa Alice, da Delegacia da Mulher, nesta quinta-feira (21). Em depoimento, na Cadeia Pública de Paranaguá, onde está detido, o homem confessou que tinha intenção de matar também a companheira e a enteada, mas que “algo” o impediu.

O suspeito foi preso no Litoral do Paraná nesta terça-feira (19), ao ser abordado em um patrulhamento de rotina da Polícia Militar. Em um primeiro momento, o homem mentiu o nome, mas acabou sendo identificado e levado para a delegacia de Paranaguá. Nesta quinta-feira, Souza foi interrogado e deu detalhes sobre o crime registrado no dia 9 de julho, na casa da companheira do suspeito, Edna, no bairro Tarumã, em Curitiba. 

Maria, mãe de Edna, foi assassinada a facadas em um dos cômodos da residência. Além das duas, a filha de Edna, Mariana, e uma criança, filho de Mariana, estavam na casa. Conforme informações da delegada Vanessa Alice, Souza contou, friamente, que pretendia também matar Edna e Mariana. O depoimento durou cerca de meia hora.

“Ele disse que ele ia matar as três. Que ele ia matar a vítima, a Edna e a Mariana, mas que a primeira foi a Maria de Jesus. Quando ele se dirigiu aos quartos das demais, aí ele disse que alguma coisa travou ele, que ele não conseguiu arrombar as portas, mas que a intenção era matar as três”,

relatou a delegada.

Ao questionar sobre como chegou até Paranaguá, o homem descreveu que ficou escondido em um local de consumo de drogas e que pegou carona até o Litoral com um caminhoneiro.

“Ele estava aqui arrumando dinheiro para voltar para Curitiba, para terminar, para ‘fazer o que tinha que ser feito’, foi o termo que ele usou. Aí eu perguntei o que tinha que ser feito, porque no meu entendimento seria acabar com a vida da Edna e da Mariana. Ele disse ‘não, não, eu ia entrar em contato com a pastora para me entregar’. Mas ele é bastante frio, ele não demonstra arrependimento”,

disse Vanessa Alice.

Sobre a tipificação do crime, a delegada ainda disse que o caso é caracterizado como feminicídio. Souza disse que não levou a carteira da sogra. Ele afirmou que pegou o celular dela pois o dele tinha sido quebrado pelas mulheres e levou algumas moedas da casa para poder se manter. “Confirmou feminicídio, a intenção não era o roubo, a intenção era matá-la mesmo. A Edna praticamente o mantinha, o que ele queria ela dava para ele, mas jogava isso na cara. Então ele se sentia humilhado com isso, e que elas é que causaram esse ódio dentro dele, que propiciou a morte da Maria de Jesus e que, por pouco, não causou a morte delas também”, disse a delegada. Ainda, o homem contou que jogou a faca usada no crime fora.

A neta de Maria, Mariana, afirmou estar com medo e apreensiva após o crime. “A primeira coisa que ele vai querer fazer, se ele sair, é vir atrás da gente”, desabafou. Ainda, a mulher contou que não aprovava o relacionamento da mãe com Souza e disse que seu quarto estava destrancado, que poderia ter sido assassinada após a avó. “É Deus, eu acredito muito, a minha vó deu a vida dela pela minha, porque a minha porta estava aberta, eu estava com o meu filho, deitada, dormindo”.

Nos próximos dias, Souza deve ser transferido para uma penitenciária de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.