Execução de mulher em Paranaguá pode estar ligada ao crime organizado
O assassinato de uma mulher de 30 anos, na madrugada desta segunda-feira, em Paranaguá, no litoral do estado, pode estar relacionado à onda de crimes que assusta os moradores da cidade. Aline Fernanda Camargo Corrêa foi executada dentro da casa da ex-cunhada, na frente do sobrinho de 5 anos. A filha da vítima, uma menina de 3 anos, dormia no local na hora do crime.
Além da natureza da ação, que indica uma execução, outras duas evidências levam os policiais a investigar a possível ligação do ocorrido com o tráfico de drogas. A primeira é o fato do marido de Aline, Geovane Garcez Dina, de 28 anos, também ter sido morto a tiros numa emboscada no dia 7 de outubro do ano passado, também em Paranaguá.
O outro fato é que um jovem de 22 anos, que foi baleado um pouco depois da morte de Aline, informou que esteve na casa da vítima para pegar uma porção de drogas. Ele contou que foi abordado por dois indivíduos em uma motocicleta, que dispararam contra ele. Esses dois homens seriam os mesmos que assassinaram Aline, já que testemunhas afirmaram à polícia que viram dois suspeitos invadirem a casa da vítima e depois fugirem em uma moto.
Segundo familiares, Aline morava em Matinhos, mas estava na casa da ex-cunhada, no bairro Porto Seguro. Ela foi assassinada no sofá da sala e deixa quatro filhos, com idades entre 3 e 12 anos. As crianças estão sob os cuidados dos avós.
Onda de crimes
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga agora a relação do assassinato de Aline com a série de crimes registrada na cidade desde o ano passado. Em 2021, de acordo com os dados oficiais, foram registrados 79 assassinatos no município. E em 2022 a cidade já contabiliza, até o momento, 16 homicídios.
Um suspeito de ligação com diversas dessas ações criminosas em Paranaguá foi preso no sábado (9), na cidade de Joinville, em Santa Catarina. O homem, identificado como Leandro Vaz Correia, 37 anos, foi detido no estado vizinho por ter um mandado de prisão por homicídio em aberto. Ele teria tentado enganar os investigadores usando um nome falso.
Leandro, inclusive, foi um dos alvos da Operação Alcântara, deflagrada em dezembro de 2021, que envolveu equipes da Polícia Militar do Paraná, em conjunto com o Ministério Público e a Polícia Civil. Na época os policiais buscavam desmantelar uma organização criminosa atuante no litoral, que estaria diretamente ligada ao tráfico de drogas e diversos assassinatos.