Família de jovem morto por vizinho em Curitiba pede justiça às vésperas de julgamento
Às vésperas do julgamento do empresário Antônio Humia Dorrio, a família de Douglas Junckes, morto pelo vizinho porque ouvia música alta dentro de seu apartamento, no ano de 2018, espalhou vários outdoors pelas ruas de Curitiba para pedir por justiça.
O acusado será levado a júri popular na próxima segunda-feira (22). Ele responde aos crimes de homicídio simples doloso e porte irregular de arma de fogo.
Eduardo Junckes, irmão do jovem, explica que a família está ciente que a condenação do autor do crime não irá diminuir a dor pela perda de Douglas. “A gente sabe que isso não vai trazer o meu irmão de volta, não vai trazer felicidade para os nossos corações, não vai mudar o tamanho da nossa tristeza, mas a gente precisa que a justiça seja feita. A gente precisa que esse sujeito pague pelo crime que cometeu”, desabafa.
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O assassinato ocorreu no final de tarde de 20 de maio de 2018. Na época, Antônio vivia no apartamento superior ao de Douglas, então com 35 anos, em um edifício localizado no bairro Juvevê, região nobre da capital paranaense.
De acordo com a investigação, após chegar de viagem, o empresário se irritou com o barulho e foi até o apartamento da vítima já armado. Os dois entraram em luta corporal e Antônio efetuou quatro disparos: dois na cabeça e um no peito de Douglas e um atingiu seu próprio braço.
Douglas morreu dentro do apartamento, enquanto o empresário, mesmo com ferimento, dirigiu até o Hospital Cajuru para ser atendido. Ele foi preso em flagrante e encaminhado à delegacia logo após ser medicado, mas ainda em junho de 2018, deixou a prisão e até hoje responde em liberdade.
Em depoimento, Antônio afirmou que atirou em legítima defesa e foi armado até o apartamento do vizinho, pois ele seria um homem agressivo. Além disso, seus advogados sempre alegaram que o crime aconteceu porque os dois discutiram e entraram em luta corporal e não devido ao som alto.
A princípio, ele chegou a ser acusado, pelo Ministério Público do Paraná (MP/PR), por homicídio qualificado. No entanto, no início de 2020, sua defesa entrou com um recurso e conseguiu retirar as qualificadora.