Morre motorista de aplicativo baleado em execução de empresário em aeroporto

Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi atingido por um tiro de fuzil e morreu no hospital; vítima deixou três filhos

Publicado em 11 nov 2024, às 06h57.

O motorista de aplicativo ferido durante a execução do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos, morreu no sábado (9). Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi atingido por um tiro de fuzil nas costas e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Guarulhos.

Morre motorista de aplicativo baleado em execução de empresário em aeroporto
Sampaio foi atingido por um tiro de fuzil (Foto: Reprodução/Facebook)

O corpo de Sampaio foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) Guarulhos no sábado (9), sendo liberado para o velório no mesmo dia. A vítima, morador de Guarulhos, deixa três filhos.

Além de Sampaio, outras duas pessoas foram atingidas: um homem, de 39 anos, que também foi internado no Hospital Geral de Guarulhos, e uma mulher, de 28 anos, que recebeu atendimento médico e foi liberada em seguida. Ela foi ouvida pelos policiais no local.

Execução de empresário: veja o que se sabe até o momento

Conforme a perícia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana (DHPP) da Polícia Civil, foram ao menos 27 disparos efetuados por dois criminosos. O alvo seria Antônio Vinícius Lopes Gritzbac, que havia acabado de chegar de viagem com a namorada no aeroporto e seria recebido pelo filho e um grupo de quatro seguranças, composto por PMs que faziam a proteção do empresário.

No caminho para o aeroporto, porém, um dos carros usados por eles teria supostamente apresentado falha mecânica. Três dos seguranças, então, teriam ficado com o veículo. Assim, somente um estava no aeroporto na hora do atentado.

Uma das linhas de investigação, que ainda está em fase preliminar, busca entender se os agentes não teriam deixado o policial exposto no aeroporto intencionalmente. Os celulares dos quatro integrantes da escolta e da namorada de Gritzbach foram apreendidos pelo DHPP, de acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública.

Os policiais militares que pertenciam à equipe de segurança da vítima já prestaram depoimento para a Polícia Civil e também na Corregedoria da PM. Eles foram afastados de suas atividades operacionais durante as investigações e ficarão em expediente administrativo a pedido da Corregedoria. A namorada da vítima também foi ouvida pelos investigadores.

Atuação de policiais como seguranças de empresário será investigada

As corregedorias das Polícias Civil e Militar apuram a atuação dos agentes. Empresário fechou acordo de delação neste ano Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos.

Conforme a investigação policial, ele é ex-corretor da Porte Engenharia e Urbanismo, uma das maiores construtoras da cidade. Em nota, a Porte diz que foi informada pela imprensa sobre a morte de Gritzbach, “com quem não mantém negócios há anos”. E afirma que ele foi “corretor de imóveis na empresa apenas entre 2014 e 2018”. Na delação, o empresário falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário.

O empresário também deu informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django. Segundo o Estadão apurou, ele também mencionou corrupção policial e suspeita de pagamento de propina na investigação da morte de Cara Preta.

Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública ainda não se manifestou. Gritzbach já havia sido alvo de um atentado na véspera do Natal de 2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela do apartamento onde mora, no Tatuapé, na zona leste, mas o autor errou o alvo. A reportagem apurou que a polícia já identificou o responsável por esse atentado.

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