"Não existe vai passar", diz filha sobre perder a mãe espancada, em Ponta Grossa

por Redação RIC.com.br
com informações de Tiago Silva, da RICtv
Publicado em 27 maio 2022, às 14h34.

Claudete Miranda, filha do casal que foi espancado em uma fazenda de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, diz acreditar que a mãe acabou morrendo por tentar defender o marido, que está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O caso aconteceu na quinta-feira (26).

Na manhã desta sexta-feira (27), Dolores Ribeiro Miranda, 64 anos, foi enterrada. O marido dela, Adão Miranda, de 65 anos, teve uma perfuração no pulmão e também fraturou um osso do pescoço, segundo a filha do casal.

“Não vai passar, nunca. Só quem perde sabe. Não existe vai passar. Passa água, passa o tempo, não passa a dor da perda de uma mãe, não passa”

disse a filha do casal.

Os suspeitos de cometerem o crime ainda não foram identificados. A Polícia Civil suspeita que mais de uma pessoa participação da ação. Segundo a polícia, o espancamento do casal de idosos pode ter relação com uma discussão de trânsito próximo à entrada da fazenda.

O casal tinha saído na tarde de quinta para cancelar um cartão saúde da mulher. Eles fizeram isso e retornaram para a fazenda. Adão acabou se envolvendo em uma discussão de trânsito na volta. A polícia, no entanto, também não descarta a possibilidade de latrocínio.

O crime aconteceu por volta das 19h, mas Adão só conseguiu chamar por socorro por volta das 2h, quando conseguiu ligar para a filha.

“Acredito que ela viu o ocorrido no barracão, porque a minha mãe defendia muito o pai. Então, acho que ela viu e saiu pra fora e, com certeza, ela pegou o facão, porque tinha um facão que ela deixava sempre na porta. E acredito que ela desceu pra defender o pai, só que pegaram ela”,

contou a filha.

A família espera que o assassino seja preso. “Eles não tiveram perdão, foi uma covardia enorme. Não existe perdão, não tinha necessidade de fazer isso”, desabafou a filha do casal.

Vizinhos da fazenda também estão preocupados com o que aconteceu. Um deles afirmou que ninguém consegue mais ficar tranquilo no local.

“Está todo mundo com medo. Eu estou com medo. Isso aí é uma crueldade sem tamanho”, disse.