Polícia Civil descarta motivação política na morte de guarda municipal em Foz do Iguaçu
A Polícia Civil do Paraná descartou motivação política na morte do guarda municipal Marcelo Aloízio de Arruda, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, na noite de sábado (9), causada pelo agente penitenciário Jorge Guaranho. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (15) pela delegada-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Camila Cecconello, em entrevista coletiva. O inquérito foi concluído na quinta-feira (14).
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“Não temos a alegação da subjetividade desse autor. Então, é difícil nós falarmos de um crime de ódio, que ele matou pelo fato da vítima ser petista. Segundo os depoimentos, que é o que nós temos nos autos, ele [o suspeito] voltou porque se sentiu ofendido com a escalada, o acirramento da discussão entre os dois”,
afirmou a delegada.
Segundo a polícia, o agente penitenciário foi indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e perigo comum. Durante as investigações, foram ouvidas 17 pessoas, entre testemunhas que estavam no local dos fatos e familiares do guarda municipal e do policial penal federal. A polícia também analisou imagens de câmeras.
Conforme a delegada, o indiciado foi até o local da festa de aniversário da vítima, que tinha como temática o Partido dos Trabalhadores (PT), para provocar a vítima. “Nesse primeiro momento, fica muito claro que houve uma provocação e uma discussão em razão das opiniões políticas. Agora, quando ele retorna para casa e resolve voltar [ao local da festa], não há provas nos autos suficientes que indiquem que ele [o suspeito] voltou porque queria cometer um crime de ódio contra uma pessoa de um partido político que não dele”, explicou.
Camila disse também que o depoimento da mulher do policial penal federal alegou que o marido voltou ao local da festa, onde costumeiramente fazia rondas, porque tinha se sentido humilhado, “porque a vítima teria jogado pedras e terra no interior do carro, que teriam acertado a esposa e o filho dele”.
O secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, o delegado chefe da 6ª Subdivisão em Foz do Iguaçu, Rogério Antônio Lopes, a delegada da Delegacia de Homicídios de Foz do Iguaçu, Iane Cardoso, e o promotor de Justiça do Gaeco, Tiago Lisboa, estiveram na coletiva.
Agora, o inquérito será encaminhado para o Ministério Público do Paraná (MP-PR), que poderá ou não denunciar o indiciado à Justiça. Existe também a possibilidade de que a promotoria peça mais informações para a Polícia Civil.
O que dizem as defesas
A defesa da família da vítima disse que recebeu com surpresa a conclusão do inquérito. “É com enorme surpresa que tomamos conhecimento da divulgação de relatório conclusivo das investigações havidas no Inquérito policial referido. Lembramos que a lição pedagógica da Corte Interamericana de Direitos Humanos repele investigações que não sejam “sérias, imparciais e efetivas”, item 114 da sentença citada.”
A reportagem tenta contato com a defesa do atirador.
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