Preso por dois assassinatos em Curitiba levava vida de luxo no Litoral de SC

por Daniela Borsuk
com informações de Thais Travençoli, da RIC Record TV Curitiba
Publicado em 19 nov 2021, às 13h03.

Foi preso nesta quinta-feira (18), um homem suspeito ter cometido dois homicídios em Curitiba, em fevereiro e maio deste ano. As vítimas se tratam de Jeferson Oliveira, que foi executado com 24 tiros no estacionamento de uma academia de ginástica, e Eduardo Luiz Pereira, que foi fuzilado quando saia do trabalho. O suspeito, Dangelo Robson da Silva Bonfim, foi detido em um apartamento de luxo em Meia Praia, em Santa Catarina.

De acordo com a Polícia Civil, o homem tinha dois mandados de prisão temporária em aberto. Ainda, ele possuía passagens pelos crimes de homicídio qualificado, fuga do sistema prisional e tráfico de drogas.

Conforme o delegado responsável pelo caso, Tito Barichello, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito tinha “uma estreita relação com as vítimas“, que também podem ter envolvimento com o mundo do crime. Barichello relatou que uma das vítimas era inimiga pessoal do suspeito e que os desentendimentos estavam sempre relacionados com o tráfico de drogas e com organizações criminosas.

Ainda, Barichello contou que Bonfim vivia uma vida de luxo, proporcionada pelos trabalhos que fazia em uma organização criminosa.

“Quando nós entramos nesse apartamento de um por andar [local onde o suspeito foi detido], finamente mobiliado, em uma cidade badalada de Santa Catarina, chegamos lá e encontramos tudo o que você imagina: bebidas caras, uísque importado… e sabe como ele pagava as contas? Ele disse que fazia pequenos bicos, e não tinha um real dentro de casa, não tinha cartão de crédito. Ele vivia uma vida de luxo e recebia dinheiro, agora como ele recebia esses valores? Isso advém de uma organização criminosa vinculada ao tráfico de drogas e ao roubo de cargas”,

explicou o delegado.

Jeferson de Oliveira

Jeferson de Oliveira, de 32 anos, foi executado no dia 5 de fevereiro deste ano, no estacionamento de uma academia localizada no cruzamento entre as ruas Cascavel e Maestro Carlos Frank, no bairro Boqueirão, em Curitiba. No dia do crime, o suspeito, junto de outras duas pessoas, teria se aproximado do carro em que a vítima estava e atirado dezenas de vezes. Depois, o grupo fugiu de carro, um veículo modelo Fiesta na cor prata, que foi encontrado abandonado na Praça do Semeador, no bairro Sítio Cercado, logo depois.

(Foto: Redes Sociais)

Eduardo Luiz Pereira

O outro crime foi registrado no dia 6 de maio deste ano, no bairro Hauer, em Curitiba. Na situação, Eduardo Luiz Pereira, de 40 anos, foi atingido com tiros de fuzil, chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Pelo menos 36 disparos de fuzil foram feitos contra o carro em que a vítima estava, no momento em que ela saía do trabalho. O suspeito, junto com outros investigados que ainda não foram identificados, teria parado ao lado do veículo, cometido o crime, e fugido em um carro vermelho. O automóvel dos suspeitos foi localizado a 600 metros do local do atentado.

Eduardo tinha passagens pela polícia, usava tornozeleira eletrônica e já havia sofrido, pelo menos, outros dois atentados.

(Foto: Reprodução)

Eliane Fernanda Bastian de Goes

Conforme o advogado de Dangelo Robson da Silva Bonfim, Nilton Ribeiro, o suspeito estaria sendo também relacionado com outro caso, o da morte da jogadora de futebol Eliane Fernanda Bastian de Goes, conhecida como Fernandona. Ao ser questionado pela equipe do portal RIC Mais, o delegado Tito Barichello não confirmou a situação e disse que ainda não está falando sobre esse homicídio.

Nilton Ribeiro negou o envolvimento do cliente com qualquer um dos crimes e disse que Bonfim era amigo de Fernanda. “Ele nega. Ele afirma, inclusive, que era muito amigo dela. Tem um outro rapaz também que foi vítima, o Jeferson, ele era amigo tanto do Jeferson quanto da Fernanda. Ele está surpreso com a situação. Eu acredito que em poucos dias, nós vamos demonstrar isso, inclusive, as famílias das vítimas já entraram em contato conosco, dizendo o absurdo que é essa prisão”, completou Ribeiro.

Elaine foi morta em 16 de novembro de 2020, na Vila Verde, em Curitiba. Ela foi executada com vários disparos de arma de fogo em frente à mercearia da qual era proprietária. Uma câmera de segurança registrou o crime. Nas imagens é possível ver o momento em que a jogadora de futebol vai até a rua, depois de perceber a presença de pessoas no local. Na sequência, ela já aparece correndo dos suspeitos que a perseguem atirando. Minutos depois, os dois homens retornam e fogem do local. 

(Foto: Reprodução/Facebook União Ribeirão)