Três homens são presos por morte de congolês; veja imagens do crime
Três suspeitos de espancar e matar o congolês Moïse Kabagambe foram presos na noite de terça-feira (01), no Rio de Janeiro. A polícia apura o que motivou a crueldade contra o africano que foi espancado em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Segundo o Balanço Geral Manhã, o rapaz estava no local para cobrar um pagamento atrasado no valor de R$ 200 e foi agredido por quatro pessoas durante 15 minutos. Laudos do IML apontam que a morte foi provocada por traumatismo no tórax com contusão pulmonar por ação contudente.
Os três presos deverão responder por homicídio duplamente qualificado, impossibilidade de defesa e meio cruel.
O crime aconteceu no dia 24 de janeiro. Uma câmera de segurança registrou todas as agressões e o próprio dono do quiosque ajudou a identificar os agressores ao fornecer as filmagens.
Veja as imagens:
Protesto
A comunidade congolesa e grupos de defesa dos direitos dos negros convocaram um protesto para sábado (05) no quiosque na praia da Barra da Tijuca, zona sul do Rio, juntamente com um protesto simultâneo em São Paulo.
“Nós queremos justiça. O que aconteceu foi um crime e uma vergonha. Ele cresceu aqui no Brasil, tem amigos brasileiros e não dá para acreditar que isso aconteceu”, disse a jornalistas a mãe da vítima, Ivana Lay.
A entidade de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch afirmou que o assassinato violento de Kabagambe em 24 de janeiro “merece o mais absoluto repúdio da sociedade brasileira”, e ocorre em um contexto de aumento da violência contra os negros no Brasil.
A embaixada da República Democrática do Congo pediu uma investigação minuciosa e afirmou que foi o quinto assassinato de um imigrante congolês no Brasil desde 2019.
O Ministério das Relações Exteriores lamentou o ocorrido e disse que “compartilha o pesar da família da vítima”.
“O Itamaraty expressa sua indignação com o brutal assassinato e espera que o culpado ou culpados sejam levados à Justiça no menor prazo possível”, afirmou em nota.
O Brasil recebeu 900 refugiados congoleses desde 2016 e a maioria vive no Rio de Janeiro e em São Paulo, segundo o Ministério da Justiça, responsável pela imigração.