Assessora denuncia ex-presidente da Paraná Turismo: 'Deu um tapinha e disse: minha gostosa'

por Adriana Justi
com informações de Adriana Lopes, da RICtv
Publicado em 21 dez 2021, às 17h17. Atualizado às 19h00.

A funcionária comissionada da Paraná Turismo Natália da Silva registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) contra o ex-presidente da empresa João Jacob Mehl, de 77 anos, por assédio sexual e racismo.

“É um absurdo. Ele é nojento e sujo”,

disse Natália.

Os casos de assédio, segundo a funcionária, começaram em setembro deste ano, em Curitiba. A jovem, que trabalha como assessora da presidência, decidiu prestar depoimento nesta segunda-feira (20), na Delegacia da Mulher. Após as denúncias, Jacob Mehl pediu exoneração do cargo.

Assessora registrou Boletim de Ocorrência contra o ex-presidente da Paraná Turismo
Assessora registrou um boletim de ocorrência contra o ex-presidente da Paraná Turismo (Foto: Adriana Lopes)

À reportagem da RICtv, Natália contou que está traumatizada com os abusos por parte do ex-chefe e que decidiu procurar a polícia porque estava psicologicamente abalada no ambiente de trabalho.

“Um dia eu fui trabalhar de calça branca, não era transparente, e ele disse que eu ficava muito bem de calça branca, que minhas pernas são bonitas”, contou Natália. Em outra oportunidade, segundo ela, Jacob se aproveitou que era o Dia da Secretária, deu um abraço nela, “um tapinha”, e disse: “minha gostosa”,

acrescentou a assessora.

Natália também disse que os assédios ocorreram em várias situações, de diversas formas, e que em algumas vezes ele agia com preconceito racial. “Teve uma vez que ele perguntou se eu queria fazer amor com ele. Ele disse que sonhava comigo e que era louco pela minha cor”, contou.

João Jacob Mehl foi presidente do Coritiba duas vezes. Ele tinha assumido a presidência da Paraná Turismo em 2019.

Segundo Natália, os abusos ocorreram logo após ela perder o namorado em um acidente de carro, há dois meses. O advogado dela, Thiago Tezza Gonçalves, quer que Jacob seja responsabilizado por assédio sexual e por injúria racial.

Conversas salvas no celular

Antes de denunciar o ex-chefe, a assessora salvou trocas de mensagens no celular e gravou um áudio de uma conversa em que João, sem saber que estava sendo gravado, pede perdão à ela.

O que diz a defesa do ex-presidente

O advogado Renato Barroso, que defende João Jacob Mehl, disse que está aguardando a apresentação das provas contra o seu cliente para se manifestar no processo.

O que diz a Paraná Turismo

Em nota, a Paraná Turismo disse que foi aberto um processo na Ouvidoria do estado, com juntada de provas e que está correndo dentro do prazo, para investigar o caso. O texto diz ainda que a investigação ocorre tanto no âmbito administrativo quanto no criminal.

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