Audiência define se suspeitos de assassinato de guarda municipal vão a júri popular

por Luciano Balarotti
com informações de Thais Travençoli, da RICtv
Publicado em 5 abr 2022, às 16h43.

Um crime que chocou os moradores de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, está mais próximo de ter seu desfecho. Uma audiência na Justiça nesta terça-feira (5) definirá se o julgamento do policial militar Gustavo Fabri, suspeito do envolvimento no assassinato do guarda municipal Rodrigo Anderson de Paula Rocha, será por júri popular.

O crime ocorreu em junho de 2019, e inicialmente foi investigado como um roubo seguido de morte, já que a vítima foi baleada enquanto trabalhava como segurança de um supermercado em construção. Mas no decorrer do processo, os investigadores chegaram à conclusão de que se tratava de um crime passional.

Para o Ministério Público, a motivação para o crime seria o envolvimento amoroso da esposa de Fabri com a vítima. Em dezembro de 2020, a justiça aceitou denúncia contra o policial militar Gustavo Fabri e outro PM: Edijaime Damaceno Bastos, além de denunciar um empresário: Maykon Rodrigo da Rosa. Os três foram presos e depois passaram a ser monitorados por tornozeleira eletrônica. Agora, a Justiça definirá se eles serão levados ao júri popular.

Maikon era patrão da mulher de Gustavo e teria contado ao PM sobre a traição. Algo que sua defesa nega.

“Ao contrário disso, ele era amigo da vítima. A vítima fazia segurança para o estabelecimento comercial de Maykon. Maykon apenas empregava a esposa de Gustavo Fabri e teve o azar dessa senhora, em tese, ter um relacionamento extraconjugal com a vítima”,

afirma o advogado Jeffrey Chiquini, que defende o empresário e também o policial Edijaime.

O advogado afirma também que o carro que teria sido utilizado pelos autores na noite do crime, uma Parati vermelha, não é o mesmo de Edjaime.

“O que se tem no processo é uma prova pericial importante, de um amigo da vítima que afirmou no Gaeco que a vítima confidenciou que estava sendo seguida por um veículo ‘isofilmado’. E o veículo do meu cliente nunca teve ‘isofilme'”, afirma.

Já a defesa de Gustavo Fabri afirmou, por meio de nota, que seu cliente não tem qualquer envolvimento com o crime e que sua inocência será comprovada.

Por outro lado, os advogados da família da vítima afirmam que existem indícios suficientes para que o caso vá a júri popular.

“Há um trabalho da delegacia de polícia no sentido de indicar a autoria dos três, um trabalho bem feito, que está sendo reproduzido em juízo. E isso é o bastante para que eles sejam submetidos ao Tribunal do Júri. E daí, no Tribunal do Júri, a assistência da acusação vai buscar dar a cada um o que é seu”,

explica o advogado Claudio Dalledone.