Baleado em chacina em Curitiba descreve como sobreviveu: "eu tinha que correr"
Ivan Ribeiro Toginsk, de 21 anos, o jovem que foi baleado na chacina que deixou quatro mortos e três feridos no bairro Portão, em Curitiba, descreveu o terror que viveu com a família. Ainda abalado com a violência que matou o filho de sua companheira, o pequeno Christopher Augusto Vaz, de 7 anos, um casal de conhecidos, Bruna Bispo Dias, de 20 anos, e Anderson Olimpio Bueno Miranda, de 28 anos, e também o filho de Bruna, Guilherme Bispo, de 2 anos, Ivan deu entrevista para a equipe da RICtv nesta segunda-feira (14).
Em conversa com o repórter Daniel Santos, Ivan contou que a companheira dele, Chaiane Kania Vaz, de 29 anos, conhecia Bruna há algum tempo, quando a mulher ainda se relacionava com outro rapaz. No último mês, as duas famílias se aproximaram pois Bruna e Anderson pediram que Chaiane e Ivan dessem uma carona para encontrar, supostamente, um cunhado de Anderson no bairro Portão. Na primeira vez, há cerca de 15 dias, o casal pagou a gasolina para Ivan e Chaiane e não houve nenhuma intercorrência no trajeto.
No dia 7 de fevereiro, Bruna e Anderson pediram carona novamente, colocaram a família no automóvel e foram até o bairro Portão com as crianças. Ivan dirigia o veículo e parou a pedido de Anderson. Neste momento, os suspeitos passaram de carro atirando. Ivan conseguiu sair do carro, correu e se escondeu com a ajuda de um morador da região. Além de Ivan e Chaiane, o filho de Bruna e Anderson, um bebê de seis meses, foi baleado, mas sobreviveu.
“Pediram favor pra trazer eles no bairro Portão, a gente pediu a gasolina e veio trazer. Chegou no local e fomos esquartejados de bala. Só vi bola de fogo, não vi mais nada, só lembro que eu tinha que correr, mais nada. Chegaram atirando. Eu sai, cai na grama, corri até o outro lado do muro até chegar no mato. Porque se fosse só muro eles iam me alcançar e iam atirar ainda. O momento que eu cheguei no mato e pulei pra dentro do mato eles foram atrás, entrou dois e ficou dois para fora do carro. Eu corri até cair dentro de um rio no mato. Aí tinha um senhor, uma luz acessa dentro de uma casa, pulei pra dentro do terreno dele e ele me escondeu até a polícia chegar para me retirar da casa”,
descreveu Ivan.
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O homem foi atingido por nove tiros, foi socorrido e sobreviveu. Depois do crime, o carro usado pelos suspeitos na chacina foi incendiado nas proximidades. Nenhum dos atiradores foi preso até o momento.
Veja o momento da chacina:
Investigação
Conforme o delegado Thiago Nóbrega, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, a chacina aconteceu devido a uma guerra entre duas grandes facções que acontece no Paraná. Ainda, a polícia acredita que o casal assassinado tenha sido vítima de uma emboscada.
“Possivelmente armaram sim uma emboscada. O casal que foi morto eu acredito que eles eram os procurados pelos atiradores, infelizmente, como o carro estava cheio, todos foram alvejados. Nós tivemos crianças mortas e, por sorte, esse casal sobreviveu e uma das crianças sobreviveu […]”, disse Nóbrega. “A gente acredita que o casal que morreu marcou encontro com indivíduos que a gente desconhece e esse casal, possivelmente o homem que morreu, fez contato previamente e passou a sua localização para o interlocutor”.