Caso Daniel: Edison Brittes terá que pagar pensão para filha do jogador
A Justiça do Paraná determinou que o réu do Caso Daniel, Edison Brittes, terá que pagar uma pensão alimentícia para a filha do jogador Daniel Corrêa Freitas. Segundo a decisão, o assassino confesso terá que depositar mensalmente R$ 5 mil em favor da menor de idade, a partir desta quarta-feira (16), data de publicação da Medida Liminar.
A decisão da juíza Márcia Hübler Mosko foi uma resposta ao pedido feito pelos advogados que representam a criança de 2 anos e 7 meses de idade. Segundo a solicitação de indenização, a menor de idade “dependia financeiramente do genitor que custeava todas as suas despesas com escola, alimentação, lazer, vestuário, transporte, saúde, cursos”.
Edisson Brittes é o único réu que permanece preso em regime fechado, todos os outros acusados obtiveram da Justiça o direito de responder ao crime em liberdade. Ele foi indiciado, pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; fraude processual; corrupção de adolescente e coação no curso do processo.
Em depoimento, o empresário confessou que matou o jogador e acompanhou a polícia até o local do crime para explicar como tudo aconteceu. No entanto, na audiência de instrução do processo, realizada em setembro de 2019, ele preferiu manter silêncio. Durante o interrogatório, o assassino confesso não respondeu as perguntas feitas pelo MP-PR e deixou a sala de audiência em pouco mais de cinco minutos.
As outras seis pessoas que também foram indiciadas, entre elas, a esposa de Edison, Cristiana Brittes, e a filha do casal, Allana Brittes, foram acusadas de acordo com as suas participações no crime. Veja abaixo:
- Cristiana Brittes: homicídio qualificado por motivo torpe; fraude processual; corrupção de adolescente e coações no curso do processo;
- Allana Brittes: fraude processual; corrupção de adolescente; coações no curso do processo;
- David Willian Vollero: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e fraude processual;
- Ygor King: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e fraude processual;
- Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; fraude processual e corrupção de adolescente;
- Evellyn Brisolla Perusso: fraude processual.
O jogador Daniel foi morto brutalmente, na manhã de 27 de outubro de 2018, após uma confusão ocorrida na residência dos Brittes. Na ocasião, cerca de 15 pessoas estavam na casa participando de um after como continuação do aniversário de 18 anos Allana Brittes, que havia ocorrido em uma casa noturna de Curitiba.
Daniel foi flagrado por Edison Brittes com sua esposa Cristiana Brittes no quarto do casal. Segundo o depoimento de Cristiana Brittes, ela teria acordado com jogador Daniel apenas de cueca no local. A defesa da família Brittes alega que o jogador tentou estuprar Cristiana enquanto os advogados da família de Daniel afirmam que tudo não passou de uma brincadeira infantil e de mau gosto do jovem.
O resultado do flagrante foi o espancamento do jogador ainda na casa dos Brittes e seu assassinato na Colônia Mergulhão, em Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense. Ele teve seu pescoço parcialmente decapitado com uma faca de churrasco e o órgão sexual extirpado por Edison Brittes.
Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian da Silva estavam presentes no momento em que o jogador foi morto em uma plantação de pinus. Todos negam a participação direta no crime. No entanto, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) não acreditou em suas versões e indiciou os três por homicídio.
Nos dias que seguiram após o assassinato do jogador Daniel, a família Brittes tentou convencer as testemunhas, que estavam na casa, a confirmarem que o jogador havia ido embora sozinho do local. No Instagram, Allana Brittes postou fotografia com o jogador como forma de luto, além de mentir para Eliane Corrêa, mãe do jogador, sobre o que havia ocorrido. Edisson Brittes chegou a ligar para Eliane para dar os pêsames e oferecer auxílio em um momento tão difícil.