Caso Renata Muggiati completa seis anos neste domingo(12) e família busca por justiça
A morte da atleta Renata Muggiati completa seis ano neste domingo (12). A mulher foi estrangulada, morta e depois teve seu corpo jogado do trigésimo primeiro andar do edifício localizado na Avenida Visconde de Guarapuava, no Centro de Curitiba, em setembro de 2015. O médico Raphael Suss Marques, namorado de Renata na época, é acusado pelo feminicídio.
Após seis anos, a família de Renata vive a expectativa que o júri popular do médico Raphael Suss Marques aconteça ainda este ano. A justiça encaminha os últimos atos processuais para que o réu seja julgado pelo Tribunal do Júri.
A irmã de Renata, Thereza Christina Gabriel, aguarda o julgamento há seis anos, mas garante que não haverá vencedores nesse processo.
“A vida da minha irmã, que era o mais importante, já foi perdida. Ele já matou ela. A justiça precisa ser feita sim, mas no final a Renata não volta. No final ela continuará morta”.
declarou a irmã .
Investigação
As investigações mostram que Raphael Suss Marques matou Renata com um golpe de Jiu-Jitsu conhecido como mata-leão. Após assassiná-la pegou seu corpo e descartou pela janela do trigésimo primeiro andar para simular um suicídio.
Segundo pessoas próximas à vítima como os amigos, clientes e colegas de trabalho, a relação do casal era abusiva e violenta, o que pode ser a causa da morte de Renata. A vítima era constantemente agredida por Raphael, teve sua vida social e profissional restrita às ordens e aprovações de Suss Marques que a proibia, especialmente, de conversar ou ter qualquer vínculo com outros homens.
“Renata Muggiati não era a mesma pessoa“, relataram os amigos próximos a ela. Segundo eles, a jovem não respondia mais mensagens, passou a perder alunos da academia, principalmente os alunos homens. Também deixou de treinar com sua equipe, mudou o número de telefone e não informou aos antigos amigos.
“Um assassinato frio, hediondo, cruel e seguido de dissimulação, da construção de uma mentira por parte do acusado. É isso que as investigações mostraram, as provas produzidas na instrução processual comprovaram e é por isso que ele está sendo acusado”.
Declarou Maria Francisca Accioly, advogada da família de Renata Muggiati e assistente Técnica de Acusação.
Falsa perícia
Raphael Suss Marques também é acusado de comprar uma falsa perícia. O médico responsável pelo suposto laudo falso foi exonerado do cargo pelo Governo do Estado do Paraná.
“A Polícia Civil investigou e apontou indícios claros de uma fraude processual envolvendo um laudo de necropsia no corpo de Renata. O médico acusado da fraude, Daniel Colman foi exonerado do cargo. Em seu lado ele afirmava que Renata estava viva quando caiu, mas os exames complementares feitos por uma junta média com quatro legistas do IML concluiu que Renata estava morta quando caiu. Os exames foram além e demonstram que Renata havia sido morta por asfixia”, explicou Maria Francisca.
Júri Popular
Raphael Suss Marques pode ir a júri popular ainda este ano. A expectativa dos advogados da família de Renata é de que o julgamento seja pautado ainda neste mês de setembro. O médico já foi condenado por agredir e ameaçar outra ex-namorada, um ano após a morte de Renata.
“A justiça já abriu prazo para que acusação e defesa indiquem suas testemunhas e demais pedidos e o procedimento já está em andamento. Existe uma expectativa de que este julgamento seja pautado para esse ano e a data pode ser anunciada ainda em setembro”.
Explicou Maria Francisca.
A advogada diz ainda que a condenação de Raphael Suss Marques é a expectativa da família e da sociedade. “Tratamos aqui de um caso com provas concretas, de provas científicas, provas com fundamento na medicina legal de que Renata foi assassinada covardemente. Raphael Suss Marques precisa e será condenado, a sociedade não permitirá a sua impunidade”, concluiu Maria Francisca Accioly.