Clínica de Maringá mantinha dependentes químicos em condições análogas a escravidão, diz polícia

Publicado em 15 jun 2022, às 11h26. Atualizado às 11h27.

O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) da Polícia Civil de Maringá cumpriu mandados de busca e apreensão contra um casal de líderes religiosos que comandava uma clínica de reabilitação para dependentes químicos na cidade. Eles são suspeitos de terem submetido crianças e adolescentes a trabalhos forçados, em condição análoga à escravidão.

A investigação realizada pelo Nucria apontou que uma criança de 7 anos trabalhou por meses na casa de recuperação, em jornadas exaustivas e condições degradantes de trabalho. Por conta desta denúncia, auditores da Gerência Regional do Trabalho em Maringá e os Conselhos Tutelares de Maringá e Paiçandu realizaram as diligências nas duas cidades.

Durante o cumprimento dos mandados, a Polícia Civil afirmou que não foram localizados menores de idade no local. Mas os policiais constataram possível prática do crime contra os 10 adultos em situação de vulnerabilidade.

Foram encontrados alimentos em situação de má conservação. Os internos trabalhavam na construção de pallets, segundo a polícia, sem utilizar qualquer equipamento de segurança, durante longas jornadas e sem receberem salário. Eles foram retirados do local, que foi interditado.

Durante a diligência, em Paiçandu, uma mulher que estava na residência foi presa, já que havia um mandado de prisão vigente pelo crime de tráfico de drogas. Já o casal de pastores religiosos, responsáveis pelo local, não foram presos. Eles serão investigados e devem responder processos trabalhistas.