Comoção marca enterro de homem morto em posto de combustíveis; pai ainda não sabe da morte
O corpo do fotógrafo André Luiz Fritoli, morto na madrugada de segunda-feira (2) após uma confusão em um posto de combustíveis, foi sepultado na manhã desta terça-feira (3), sob muita comoção, no Cemitério Municipal Água Verde. O rapaz de 32 anos foi baleado no estabelecimento por um policial federal no bairro Cristo Rei, em Curitiba, e não resistiu.
Entre os familiares e amigos que se despediram de André no cemitério não estava o pai dele, que está internado na UTI de um hospital se tratando de um câncer. De acordo com informações da família, o pai ainda não sabe da morte do filho. Os familiares temem que a notícia abale ainda mais a saúde dele e aguarda o apoio de um psicólogo para falar sobre a perda.
Um amigo que trabalhava com a vítima falou sobre o caso em nome da família. Ele destacou que André era uma pessoa bastante calma, que nunca se envolveu em nenhuma confusão, e lamentou que o amigo estivesse no lugar errado na hora do crime.
“O André era uma pessoa do bem. A gente nunca viu ele triste, bravo por qualquer coisa, com cliente, com ninguém. Era um cara cheio de vida, sempre sorridente, sempre apoiando os colegas. A gente já trabalhava junto há muito tempo e foi uma fatalidade o que aconteceu. Vai ser um momento difícil esse dia das mães pra essa mãe, vai ser bem complicado. Ele tinha vindo de um show, passou ali para lanchar, não tinha nada a ver com o que aconteceu. Ele estava do lado de fora do ambiente lá, infelizmente estava no lugar errado, na hora errada”,
contou Sedenir Tremarin, amigo de André.
Bastante emocionado, ele contesta a versão da defesa do policial federal Ronaldo Massuia da Silva, autor dos disparos que causaram a morte de André, além de ferir outras três pessoas, de que o agente estava em um surto psicótico.
“É chocante porque parece que o atirador estava num shopping. Ele entra, olha, ele olha pras pessoas e ele escolhe em quem ele vai acertar, onde ele quer acertar. Ele fez o que ele quis, assim, ele não estava abalado emocionalmente igual ele falou na delegacia. Ele sabia o que estava fazendo”, desabafa, falando sobre as imagens das câmeras de segurança que registraram toda a ação do atirador.